Governo do ES avalia exigir vacinação contra Covid-19 entre profissionais da saúde pública
26 de janeiro de 2021De acordo com Nésio Fernandes, profissionais podem ter que apresentar comprovante de vacinação para atuar. Secretário ainda disse que o Estado já negocia com a indústria a aquisição de imunizantes
O secretário estadual de Saúde, Nésio Fernandes, e o subsecretário estadual de Vigilância em Saúde, Luiz Carlos Reblin – Foto: Reprodução/YouTube
O Governo do Espírito Santo avalia a possibilidade de exigir que trabalhadores da área da saúde comprovem que tomaram a vacina contra a Covid-19 para atuarem na saúde pública do Estado. A informação é do secretário de Estado da Saúde, Nésio Fernandes.
“Temos a convicção de que a vacina é uma estratégia segura e ela permitirá que trabalhadores não se infectem e não se ausentem do trabalho - o que comprometeria o atendimento - nem sejam transmissores da doença, contaminando outras pessoas”, apontou Nésio.
Controle
Além das doses da CoronaVac que o Estado recebeu na semana passada e nessa segunda-feira (25), também estão disponíveis em solo capixaba as vacinas da Oxford/AstraZeneca, que chegaram no último domingo (24).
Quem toma a primeira dose de uma fabricante tem que, obrigatoriamente, tomar a segunda dose da mesma fabricante.
De acordo com o subsecretário estadual de Vigilância Epidemiológica, Luiz Carlos Reblin, esse controle está sendo feito em um sistema da secretaria e no no cartão de vacinação de cada pessoa.
Segunda remessa da CoronaVac chega ao ES – Foto: Divulgação/ Governo do ES
“Estamos registrando a informação em um boletim que contempla lote, fábrica e marca da vacina, e também no cartão que cada pessoa recebe quando toma a vacina. No momento do retorno, trabalhadores vão observar tanto cartão, quanto registro da dose aplicada, para não haver cruzamento das vacinas”, explicou.
O secretário de saúde garantiu que a segunda dose de quem tomou a primeira da CoronaVac já está disponível no Estado. Já a segunda dose da Oxford/AstraZeneca ainda será providenciada pelo Ministério da Saúde.
“Quem tomou a primeira dose da CoronaVac tem essa segunda dose reservada em almoxarifado, disponível quando completar o tempo para segunda dose. Quem tomou AstraZeneca, vai tomar a primeira dose agora e, no compromisso admitido pelo ministério, terá a segunda dose no prazo”, reforçou Nésio.
Recusa de vacina
Questionado a respeito de casos em que algumas pessoas se recusaram a tomar a vacina oferecida, Reblin afirmou que houve, sim, casos de recusa, que deverão ser registrados pelos municípios.
Garantiu, ainda, que o Estado deverá cumprir o cronograma de vacinação com tranquilidade apesar dessas recusas, e disse que mais de 10 mil pessoas já foram vacinadas em todo o Espírito Santo.
“Tivemos poucos casos de recusa em uma cidade, que orientamos que se registre. A vacinação segue um ritmo que temos tranquilidade de dizer que o Espírito Santo vai cumprir a sua meta dentro do tempo adequado. Neste momento, o registro de doses ainda não é feito de maneira digitalizada. Mas pouco mais de 10 mil vacinas foram aplicadas até ontem (segunda-feira, 25), que não correspondem à totalidade. Hoje, teremos uma atualização, veremos um número um pouco maior”.
Aquisição de vacina
O secretário disse, ainda, que houve “frustração” na disponibilização das vacinas por parte do Ministério da Saúde para o Espírito Santo e que, diante da demora na disponibilização das doses, o Estado está providenciando a compra das doses diretamente com a indústria.
“Todo atraso na disponibilidade de doses para a população brasileira poderá comprometer resultados observados para o primeiro semestre ainda deste ano. No primeiro cenário, com disponibilidade de vacinação da Fiocruz e Butantan, já tivemos frustração, e temos que estar preparados. O Espírito Santo já negocia com a indústria a aquisição de vacinas para complementar o plano de vacinação”, afirmou Nésio.
Mais de 5 mil pessoas já receberam primeira dose da vacina contra a Covid-19 no ES – Foto: Divulgação/ Sesa
Desvio de doses
A respeito de casos de “fura-fila” de vacinação, como foi observado em estados como Amazonas, Pernambuco e Minas Gerais, Nésio disse que uma portaria foi publicada no início da vacinação, classificando o desvio das doses como falta grave por parte dos servidores.
“O governo publicou portaria no início da vacinação classificando como grave a intenção de furar fila ou administrar doses fora dos grupos que são prioritários neste momento. Queremos pedir a paciência da população para que aguarde seu lugar na fila”, pediu.
Valedoitaúnas/Informações G1 ES