Home - Brasil - Governo diz ter liberado rodovias, mas confirma atos em 13...

Governo diz ter liberado rodovias, mas confirma atos em 13 estados

09 de setembro de 2021

Segundo o Ministério da Infraestrutura, região Sul concentra mais da metade das tentativas de bloqueio por parte de caminhoneiros

Governo diz ter liberado rodovias, mas confirma atos em 13 estadosGrupo de caminhoneiros bloqueia a BR-101, no Rio Grande do Sul, em apoio a Bolsonaro – Foto: Diego Vara/Reuters

O governo federal anunciou, no início da tarde desta quinta-feira (9), que não há mais registro de bloqueios de rodovias federais por parte de caminhoneiros que deflagraram movimento em apoio ao presidente Jair Bolsonaro nesta quarta-feira (8).

Porém, em meio à mobilização do Palácio do Planalto, com a participação pessoal do chefe do Executivo federal, para convencer os manifestantes a liberar as rodovias ao redor do país, 13 estados ainda registravam, às 14h30 desta quinta, concentrações de motoristas e veículos em vias administradas pela União.

As informações constam no mais recente informe do Ministério da Infraestrutura, feito com base em informações da Polícia Rodoviária Federal (PRF).

De acordo com o boletim, houve "redução de cerca de 35% nas tentativas de bloqueio em rodovias federais no início desta tarde".

"A região Sul (Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná) concentra mais da metade das ocorrências registradas [...]. Aglomerações ainda seguem nos estados da Bahia, Mato Grosso, Pará, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Rondônia, Goiás, Maranhã, Rio de Janeiro e Tocantins", diz a pasta presidida por Tarcísio Gomes de Freitas.

A PRF informa também ter zerado a lista de pontos sensíveis com algum impedimento da saída ou entrada de caminhões. Em especial, Paulínia e São José dos Campos, no interior de São Paulo.

O governo federal divulgou ainda a lista dos novos corredores logísticos essenciais para o livre trânsito de caminhões abertos, nas últimas horas, pela PRF:

BR-285/Rio Grande do Sul (Passo Fundo)

BR-285/Rio Grande do Sul (São Borja)

BR-386/Rio Grande do Sul (Sarandi)

BR-386/Rio Grande do Sul (Mato Castelhano)

BR-381/Minas Gerais (Igarapé)

BR-447/Espírito Santo (Porto de Capuaba)

Os dois informes anteriores traziam as seguintes listas de vias liberadas:

BR-116/Bahia (Feira de Santana)

BR-101/Bahia

BR-101/Sergipe

BR-101/Pernambuco (Igarassu)

BR-116/Rio Grande do Sul (Vacaria)

BR-392/Rio Grande do Sul (Pelotas)

BR-040/Minas Gerais

BR-116/Rio de Janeiro (Dutra/Barra Mansa)

BR-040/Rio de Janeiro (Reduc)

BR-101/Espírito Santo

BR-376/Paraná

BR-153/Goiás (Anápolis)

Madruga de bloqueios

Depois de uma madrugada de bloqueios nas estradas, Bolsonaro afirmou a apoiadores, na manhã de hoje, que iria se reunir com representantes da categoria. A informação foi confirmada posteriormente pelo Ministério da Infraestrutura.

"Eu tenho uma hora na manhã... já tenho o tempo tomado com o pessoal dos Brics, uma hora, mas estou mais cedo também. Nesses dois intervalos vou conversar com os caminhoneiros para a gente tomar uma decisão", disse o presidente a apoiadores na frente do Palácio da Alvorada nesta manhã.

Antes, durante a madrugada, o presidente enviou uma mensagem, em áudio, para as lideranças dos caminhoneiros a fim de pedir o fim das paralisações.

"Fala para os caminhoneiros aí que são nossos aliados, mas esses bloqueios atrapalham a nossa economia e isso provoca desabastecimento, inflação, prejudica todo mundo e, em especial aí, os mais pobres. Então, dá um toque aí nos caras, se for possível, e vamos liberar, tá ok?", disse.

Embora aparente perda de força em relação a ontem, o governo teme que a paralisação possa se estender e comprometer ainda mais a economia. Na manhã de hoje, o IBGE divulgou o novo índice da inflação oficial (IPCA), que avançou 0,87% em agosto, maior alta para o mês em 21 anos.

A colunista do R7 Christina Lemos divulgou em seu blog que o ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, não dormiu entre esta quarta-feira (8) e quinta-feira (9). O chefe da pasta responsável pelas obras viárias e estruturais do país virou a madrugada em negociações com as lideranças dos caminhoneiros, que iniciaram paralisações nas rodovias e chegaram a bloqueara ias do entorno do Distrito Federal e de 16 estados.

“Em Santa Catarina, a mobilização ameaçou as condições de abastecimento”, afirmou Tarcísio.

Desabastecimento

O vice-presidente da Associação Brasileira de Supermercados (Abras), Marcio Milan, afirmou na manhã de hoje que "não há necessidade de o consumidor correr" para estocar produtos alimentícios. "Estamos monitorando junto ao governo federal no sentido de identificar possíveis movimentos. Por enquanto não corremos o risco de abastecimento. Não há necessidade de o consumidor correr para fazer estoques", disse.

Na avaliação de Milan, o movimento "não está se firmando". "Cremos que nos próximos dias o movimento já terá terminado por que hoje já está menor", disse o executivo da Abras. "O movimento é pontual e está em algumas localidades. Não temos nenhum indicativo de que a movimentação vai se alongar por mais de dois dias".

Efeito 7 de setembro

O mais recente movimento dos caminhoneiros ocorreu após os discursos inflamados de Bolsonaro no feriado da Independência, em 7 de setembro. No dia, o presidente voltou a criticar o STF (Supremo Tribunal Federal). Entre as pautas, os apoiadores querem a dissolução da Suprema Corte, o que é inconstitucional.

Valedoitaúnas (R7)



banner
banner