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Governadores aprovam ideia de Guedes para estabilizar preço dos combustíveis

13 de outubro de 2021

Presidente do Fórum Nacional de Governadores e governador do Piauí, Wellington Dias (PT), defende utilização de ações das estatais para segurar alta nos preços

Governadores aprovam ideia de Guedes para estabilizar preço dos combustíveisWellington Dias, governador do Piauí – Foto: Reprodução/GOVPI

O presidente do Fórum Nacional de Governadores e governador do Piauí, Wellington Dias (PT) defende a ideia do ministro da Economia, Paulo Guedes, para utilização de ações das estatais para criar um “fundo de amortecimento” que segure a alta nos preços dos combustíveis. A ideia é uma alternativa ao projeto do presidente da Câmara, Arthur Lira, de criar uma alíquota única para o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) cobrado pelos estados.

Cálculos da Federação Brasileira de Associações de Fiscais de Tributos Estaduais (Febrafite) estimam que a proposta de Lira derrubaria a arrecadação de estados e municípios em R$ 24,1 bilhões por ano. A falta desse dinheiro poderia implicar na piora de serviços básicos de saúde, educação e segurança pública.

Embora apoiem a tese de Guedes, os governadores veem como melhor caminho a aprovação da reforma tributária relatada pelo senador Roberto Rocha (PSDB-MA) para solucionar o problema de uma vez, informa a Folha de São Paulo.

Com a alta no preço dos combustíveis, que ficaram 42,02% mais caros nos últimos 12 meses, de acordo com dados do IPCA, medido pelo IBGE, Lira sugeriu uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que prevê uma nova forma de calcular o ICMS. O imposto, que é o principal dos estados, passaria a ser calculado com base no valor dos combustíveis nos últimos dois anos; atualmente, o cálculo é baseado em uma média de 15 dias.

Fundo será debatido em Comissão da Câmara dos Deputados

A Comissão de Desenvolvimento Econômico, Indústria, Comércio e Serviços da Câmara dos Deputados realiza audiência pública nesta quarta-feira (13) para discutir o Projeto de Lei 750/21, que cria o Fundo de Estabilização dos Preços dos Derivados do Petróleo (FEPD), com o objetivo de reduzir a volatilidade e baixar os preços cobrados das distribuidoras nacionais e o preço final para o consumidor. A proposta está em análise na comissão.

Para o deputado Helder Salomão (PT-ES), que propôs o debate, a complexidade da matéria merece um amplo debate. "Afinal, a população e o setor produtivo estão sendo afetados por reajustes frequentes do preço dos combustíveis, sem que as medidas anunciadas pelo governo, até aqui, tenham surtido efeito desejado", ressalta.

Desde 2016, a Petrobras atrela o preço dos seus produtos aos valores praticados internacionalmente, realizando uma política de paridade de preço de importação (PPI) para definir o valor nas refinarias. De acordo com o deputado, a PPI para os derivados do petróleo gratifica os investidores e penaliza os consumidores, pois o preço deles no mercado interno é resultado do preço do petróleo, dos derivados no mercado internacional e da taxa de câmbio no Brasil.

"Esse tipo de política desconsidera a capacidade de a Petrobras operar de forma lucrativa e sustentável com preços abaixo do PPI, fazendo uso de sua reconhecida capacidade técnica, que propiciou baixos custos de exploração/produção e refino", diz o deputado. "Essa política de preços da Petrobras não é compatível com a renda do povo brasileiro, até porque ninguém tem salário dolarizado, pessoas ganham em real e têm que comprar gasolina, gás e diesel em dólar, isso não é uma política de preço saudável para a nação", aponta Helder Salomão.

Convidados

Foram convidados para discutir o assunto com os parlamentares, entre outros, representantes dos ministérios da Economia e de Minas e Energia; da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP); da Petrobras; da Federação Nacional do Comércio de Combustíveis e Lubrificantes (Fecombustíveis); e do Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (Ineep).

Valedoitaúnas (iG)



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