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Frequência com que você evacua pode afetar sua saúde muito além do intestino, sugere estudo

21 de fevereiro de 2025

Pesquisa relaciona a constipação ao aumento do risco de doenças renais crônicas e neurodegenerativas, como Alzheimer e Parkinson

Frequência com que você evacua pode afetar sua saúde muito além do intestino, sugere estudoEstudo envolveu mais de 1.400 adultos nos EUA – Foto: Criada por IA/Adobe Firefly/Reprodução/R7

Um estudo publicado nesta semana na revista científica Cell Reports Medicine traz novidades significativas sobre como a frequência de evacuações intestinais pode afetar a saúde geral, mesmo em pessoas consideradas saudáveis. A pesquisa revelou que tanto constipação quanto diarreia estão associadas a alterações na microbiota intestinal e no metabolismo do sangue, o que pode influenciar negativamente a função renal e hepática.

O que o estudo investigou?

Pesquisadores do Instituto de Biologia de Sistemas, em Seattle, nos Estados Unidos, analisaram dados de 1.425 adultos saudáveis para entender como a frequência de evacuações intestinais influencia a microbiota intestinal, os metabólitos sanguíneos e a função dos órgãos.

A frequência foi dividida em quatro categorias: constipação (menos de 3 evacuações por semana), baixa normal (3-6 por semana), alta normal (1-3 por dia) e diarreia (mais de 4 por dia).

Principais descobertas

Constipação e rins

Pessoas com constipação apresentaram níveis elevados de um metabólito tóxico chamado sulfato de indoxil (3-IS), produzido pela fermentação proteica no intestino. Este metabólito está associado à redução da função renal, medida pela taxa de filtração glomerular (eGFR).

A constipação também foi relacionada ao aumento do risco de doenças renais crônicas e neurodegenerativas, como Alzheimer e Parkinson.

Diarreia e microbiota

Indivíduos com diarreia apresentaram menor diversidade microbiana no intestino, o que os torna mais suscetíveis a infecções intestinais e inflamação.

Impacto na saúde hepática

Frequências anormais de evacuação também foram associadas à produção de toxinas microbianas que podem prejudicar o fígado.

Fatores dietéticos e estilo de vida

Dietas ricas em fibras (frutas e vegetais) foram associadas à frequência intestinal normal, enquanto dietas pobres em fibras aumentaram o risco de constipação.

O histórico familiar ou pessoal de depressão também foi marginalmente associado à constipação.

Por que isso importa?

A pesquisa sugere que alterações na frequência intestinal podem ser marcadores precoces para doenças crônicas relacionadas ao envelhecimento, como insuficiência renal e doenças hepáticas.

Além disso, o acúmulo de toxinas microbianas no sangue pode preceder danos aos órgãos, tornando essencial monitorar esses sinais mesmo em pessoas aparentemente saudáveis.

Como melhorar a saúde intestinal?

Os pesquisadores destacam algumas estratégias para manter uma frequência intestinal saudável:

  • Aumente o consumo de fibras: inclua mais frutas, vegetais e grãos integrais na dieta.
  • Hidrate-se adequadamente: a ingestão regular de água ajuda no trânsito intestinal.
  • Pratique exercícios físicos: atividades regulares estimulam os movimentos intestinais naturais.
  • Evite alimentos ultraprocessados: eles podem prejudicar a microbiota intestinal.
  • Limitações do estudo

Embora os resultados sejam significativos, o estudo incluiu predominantemente pessoas brancas e mulheres do oeste dos Estados Unidos, limitando a generalização dos achados para outras populações. Além disso, os dados sobre dieta e estilo de vida foram autorrelatados, o que pode introduzir vieses.

(Fonte: R7)



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