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França inicia o maior projeto de fusão nuclear do mundo

29 de julho de 2020

Ideia é mostrar energia de fusão limpa pode ser gerada em escala comercial

França inicia o maior projeto de fusão nuclear do mundoO reator inteiro pesará 23.000 toneladas – Foto: EJF Riche/Iter

O maior projeto de fusão nuclear do mundo iniciou sua fase de montagem de cinco anos na terça-feira (28), no sul da França. A previsão é de que o primeiro plasma ultra-quente seja gerado no final de 2025.

O projeto Iter, de 20 bilhões de euros, replicará as reações que alimentam o Sol e pretende demonstrar que o poder de fusão pode ser gerado em escala comercial. A fusão nuclear promete energia limpa e ilimitada, mas, apesar de 60 anos de pesquisa, ainda precisa superar os desafios técnicos de aproveitar quantidades tão extremas de energia.

Milhões de componentes serão usados ​​para montar o reator gigante, que pesará 23.000 toneladas e o projeto é o empreendimento de engenharia mais complexo da história. Quase 3.000 toneladas de ímãs supercondutores, alguns mais pesados ​​que um jumbo, serão conectados por 200 km de cabos supercondutores, todos mantidos a -269 graus pela maior planta criogênica do mundo.

O presidente francês, Emmanuel Macron, lançou a fase de montagem, ao lado de personalidades de membros do Iter, UE, Reino Unido, China, Índia, Japão, Coréia, Rússia e EUA. Shinzo Abe, o primeiro-ministro japonês, disse "que a inovação disruptiva desempenhará um papel fundamental na abordagem de questões globais, incluindo mudanças climáticas e na realização de uma sociedade sustentável livre de carbono".

"Permitir o uso exclusivo de energia limpa será um milagre para o nosso planeta", afirmou Bernard Bigot, diretor geral da Iter. Ele disse que a fusão, juntamente com as energias renováveis, permitiria que transportes, edifícios e indústrias funcionassem com eletricidade.

A fusão nuclear libera grandes quantidades de energia quando átomos pesados ​​de hidrogênio se fundem, mas isso requer uma temperatura dez vezes mais quente que o núcleo do Sol. O combustível de hidrogênio é obtido da água do mar e são necessárias apenas algumas gramas, mas imensos imãs são necessários para conter o plasma na câmara de vácuo em forma de anel conhecida como tokamak.

O projeto Iter será o primeiro a obter um plasma de "queima" ou de auto-aquecimento e deverá gerar dez vezes mais calor do que o colocado, muito mais do que qualquer tentativa anterior.

Valedoitaúnas/Informações iG



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