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Filho do presidente do STJ teria recebido R$ 40 milhões para influenciar a Corte, diz MPF

09 de setembro de 2020

Os valores teriam sido repassados a Eduardo Martins, filho de Humberto Martins, para que ele exercesse influência em processos no tribunal

 

STJ – Foto: Felipe Menezes/Metrópoles

A Operação Esquema S, desencadeada nesta quarta-feira (9), envolvendo escritórios de advocacia do Rio de Janeiro, aponta que Eduardo Martins, filho do presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Humberto Martins, recebeu R$ 40 milhões de maneira indevida. Segundo a denúncia da força-tarefa, em troca do dinheiro, ele exercia influência em processos que tramitam na Corte.

O documento da operação, desdobramento da Lava Jato, assinala que Eduardo teria sido contratado por Orlando Diniz para exercer influência em ministros do STJ para obter decisões favoráveis à permanência dele à frente da Fecomércio do Rio.

Os indícios contra o filho do ministro foram obtidos pela Lava Jato em documentos da Fecomércio e por meio da delação premiada de Orlando Diniz. Essa é a terceira delação que cita Eduardo Martins, mas a primeira vez em que seu escritório se torna alvo de busca e apreensão.

“Os integrantes do núcleo duro da organização criminosa em comento viram em todo esse cenário mais uma oportunidade perfeita para sangrar os cofres, inicialmente da Fecomércio/RJ e, mais tarde, do SESC/RJ e SENAC/RJ, valendo-se, para tanto, de fraudulentos contratos de honorários advocatícios como forma de remunerar, a preços vultosos, Eduardo Filipe Alves Martins, não pela prestação dessa espécie de serviços, mas sim por uma pretensa e propalada influência sua no STJ, derivada de sua relação filial com o ministro desta Corte Superior, Humberto Martins”, diz trecho da denúncia.

De acordo com e-mails obtidos pela Lava Jato e o depoimento de Orlando Diniz em sua delação premiada, a contratação de Eduardo Martins foi intermediada pelo advogado Cristiano Zanin – defensor do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva –, que já atuava para Orlando.

Por meio de sucessivos contratos, o escritório de Eduardo Martins recebeu cerca de R$ 40 milhões da Fecomércio.

Na época, Orlando Diniz estava afastado da presidência da Fecomércio e buscava uma decisão liminar do STJ para voltar ao cargo. Essa liminar foi concedida pelo ministro Napoleão Nunes Maia. Posteriormente, Orlando foi afastado de novo do comando da entidade.

Valedoitaúnas/Informações Metrópoles



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