Febre do Oropouche: 8 casos da doença são confirmados no ES; veja sintomas
24 de abril de 2024Saiba o que é e como prevenir a doença que tem sintomas parecidos com os da dengue
Foto: Reprodução/Freepik @jcomp
Foi confirmada na tarde desta terça-feira (23), a circulação da Febre do Oropouche no Espírito Santo. O trabalho de investigação foi realizado pelo Laboratório Central de Saúde Pública do Espírito Santo (Lacen/ES).
Segundo a secretaria de estado da Saúde (Sesa-ES), 1.872 amostras foram analisadas por meio de RT-PCR desde o último dia 1º de abril. Ao todo, 8 casos foram identificados:
- 5 de amostras encaminhadas por Colatina;
- 1 de Vitória;
- 1 de Sooretama;
- 1 de Rio Bananal.
Ainda de acordo com a pasta, apesar de terem sido identificados oito casos, a positividade para a Febre Oropouche ainda é baixa (0,42%).
“É uma doença que não apresenta letalidade, até o momento, e tem sintomas muito parecidos com os da dengue – febre, dor no corpo e dores nas articulações. É essencial o diagnóstico laboratorial para um acompanhamento efetivo dos casos, bem como as ações de vigilância epidemiológica municipais para monitoramento da situação”, destacou o subsecretário de Estado de Vigilância em Saúde, Orlei Cardoso.
O que é a Febre do Oropouche?
A doença é causada por um arbovírus, ou seja, víruas transmitido por artrópodes. Trata-se de um inseto bem pequeno, de um a três milímetros, popularmente conhecido como "maruim" ou "mosquito pólvora".
A coloração varia de cinza a castanho escuro e possui asas curtas e largas. Está geralmente associado a regiões com maior umidade e presença de matéria orgânica.
A doença apresenta grande potencial de transmissão e disseminação, com capacidade de causar surtos e epidemias em áreas urbanas. Não há vacina e tratamento específico disponíveis.
Como acontece a transmissão
Há dois ciclos de transmissão descritos: silvestre e urbano. Até o momento não há evidência de transmissão direta de pessoa a pessoa.
Após a infecção, o vírus permanece no sangue dos indivíduos infectados por 2-5 dias após o início dos primeiros sintomas. O período de incubação intrínseca do vírus (em humanos) pode variar entre 3 e 8 dias após a infecção pela picada do vetor.
Conheça os sintomas
As manifestações clínicas da infecção por OROV são parecidas com o quadro clínico de outras arboviroses, como dengue, chikungunya e febre amarela, embora os aspectos ecoepidemiológicos dessas arboviroses sejam distintos.
- Febre de início súbito;
- Cefaleia (dor de cabeça);
- Mialgia (dor muscular);
- Artralgia (dor articular).
- Tontura;
- Dor retro-ocular;
- Calafrios;
- Fotofobia;
- Náuseas;
- Vômitos.
Casos com acometimento do sistema nervoso central (por exemplo, meningite asséptica e meningoencefalite), especialmente em pacientes imunocomprometidos, e com manifestações hemorrágicas (petéquias, epistaxe, gengivorragia) podem ocorrer.
Parte dos pacientes pode apresentar recidiva, com manifestação dos mesmos sintomas ou apenas febre, cefaleia e mialgia após 1 a 2 semanas a partir das manifestações iniciais.
Os sintomas duram de 2 a 7 dias, com evolução benigna e sem sequelas, mesmo nos casos mais graves. Não há relatos de óbitos associados à infecção pelo OROV.
As picadas do vetor costumam causar bastante incômodo e reações alérgicas. Não existe tratamento específico para a doença. Os pacientes devem permanecer em repouso, com tratamento sintomático e acompanhamento médico.
Casos de febre Oropoche no Espírito Santo
A identificação do vírus faz parte de uma estratégia de análise molecular para arboviroses que são testadas simultaneamente a partir de uma única amostra, por meio da RT-PCR realizada pelo Lacen/ES.
“Cinco anos atrás, este tipo de procedimento poderia demorar muitas semanas, pois eram apenas realizadas fora do Estado, necessitando envio para laboratórios de referência”, destacou o diretor do Lacen, Rodrigo Rodrigues.
O Núcleo Especial de Vigilância Epidemiológica da Secretaria da Saúde (Sesa) elaborou uma nota técnica de orientações aos municípios na conduta do manejo de casos confirmados. O boletim com dados sobre a doença será divulgado quinzenalmente no site mosquito.saude.es.gov.br.
Como prevenir
As medidas para a prevenção da febre de Oropouche envolvem o manejo mecânico do ambiente e medidas de proteção individual.
Manejo mecânico: mantenha árvores e arbustos podados, de forma a aumentar a insolação no solo, retire o excesso de matéria orgânica (folhas, frutos e etc.); mantenha terrenos baldios livre de matos, dependendo da situação, e o plantio de grama pode ajudar a manter a população de maruins sob controle. Abrigos de animais (aves, suínos, bovinos e outros) devem permanecer sempre limpos.
Medidas de proteção individual: o uso de repelentes e roupas compridas pode ajudar a diminuir as picadas.
Telas em portas e janelas, como barreiras físicas, recomendados em alguns casos, não surtem muito efeito devido à necessidade dessas telas terem uma gramatura muito pequena, e esse fato acaba por reduzir a circulação de ar dentro dos imóveis.
(Fonte: Folha Vitória)