Família de enfermeira morta pelo ex-namorado pede à Justiça R$ 500 mil de indenização
14 de junho de 2024Íris Rocha estava grávida de 8 meses quando foi assassinada a tiros, em janeiro de 2024
Íris Rocha tinha 30 anos e foi assassinada a tiros – Foto: Divulgação
A família da enfermeira Íris Rocha, de 30 anos, assassinada pelo ex-namorado Cleilton Santana dos Santos, entrou na Justiça com um pedido de indenização civil no valor de R$ 500 mil.
A enfermeira, grávida de 8 meses, foi assassinada a tiros em janeiro de 2024. Além do pedido de indenização, a família solicitou à Justiça o bloqueio de bens do acusado, que está preso.
Os pedidos, feitos pelo advogado que acompanha a família da vítima, Fábio Marçal, já foram analisados pelo juiz Arion Mergár, da Comarca de Alfredo Chaves.
Na decisão judicial, obtida pelo Folha Vitória, o magistrado negou o sequestro de bens do acusado, por se tratar de um crime contra a vida.
"Indefiro o requerimento de arresto/sequestro de bens uma vez o presente feito trata-se de crime contra a vida e que, conforme art. 125 do CPP, 'caberá o sequestro dos bens imóveis, adquiridos pelo indiciado com os proventos da infração, ainda que já tenham sido transferidos a terceiro”, diz a decisão.
Cleiton e Íris: acusado está preso – Foto: Divulgação
No documento, o juiz também destacou que só vai analisar o pedido de indenização feito pelo advogado da família em outro momento e explica:
“Por ora, deixo de analisar o requerimento de fixação de valor mínimo da reparação civil, uma vez que será melhor analisado após a apuração da instrução processual”, também descreveu na decisão.
O advogado Fábio Marçal destacou que Cleilton continua preso. “O processo está correndo rapidamente, havendo uma petição de defesa, já vamos ter a audiência”.
A reportagem do Folha Vitória fez contato com o advogado de defesa de Cleilton, Rafael Almeida de Souza, e ele declarou apenas que, "no mesmo sentido da decisão judicial, no momento, não há que se falar em reparação de danos".
Relembre o caso de Íris Rocha
O crime aconteceu no dia 11 de janeiro deste ano, na localidade de Carolina, em Alfredo Chaves. Cleilton, segundo a polícia, agiu de forma premeditada, levou a vítima a um lugar ermo, de mata e sem residências por perto, e fez quatro disparos de arma de fogo contra ela.
Na sequência, ele jogou o corpo de Íris em um terreno, despejando cal desidratado, com o objetivo de ocultar a localização e agilizar o processo de decomposição.
Durante as investigações, foi apurado que Cleilton e Íris mantinham um relacionamento em que ele exercia sobre a vítima extremo controle sobre suas atitudes e comportamentos, com sentimento de posse, não admitindo qualquer contrariedade, o que o levou a tirar a vida da vítima.
Cleilton foi preso no dia 18 de janeiro, no momento em que passava de carro com o advogado pelo posto da Polícia Rodoviária Federal (PRF) em Viana, na BR-262.
O que diz o Ministério Público?
Em nota encaminhada a reportagem do Folha Vitória, o Ministério Público do Estado do Espírito Santo (MPES), por meio da Promotoria de Justiça de Alfredo Chaves, informa que está impedido por lei de se manifestar sobre processos que tramitam em sigilo determinado pela legislação vigente, mas segue acompanhando o caso para a adoção de todas as providências necessárias.
Familiares no enterro de íris Rocha – Foto: Folha Vitória
DNA mostrou que filho era do acusado
Segundo a Polícia Civil, o crime teria sido motivado pelo fato do ex-namorado duvidar que seria pai do filho que Íris esperava. Ele teria contado isso para o próprio pai. No entanto, exames de DNA comprovaram que Cleiton era o pai da criança.
As investigações também mostraram que a vítima foi alvejada por quatro tiros, sendo um no braço esquerdo, dois na axila e um na cabeça, acima do olho direito.
Em áudio, enfermeira relatou agressão do ex
Em áudio obtido pela reportagem do Folha Vitória, enviado para uma amiga, Íris denunciou sobre a agressão física que sofreu por parte do então namorado.
Na mensagem, ela narra que “apagou e acordou no chão cuspindo sangue”. O caso aconteceu em outubro do ano passado, pouco mais de três meses antes de ser executada.
(Fonte: Folha Vitória)