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Fachin nega pedido de Lula para suspender julgamento do caso triplex, no STJ

04 de novembro de 2020

Defesa do ex-presidente pedia que julgamento fosse paralisado enquanto o Supremo não julgasse o recurso que questiona a validade de uma sessão do tribunal por ter ocorrido virtualmente

Fachin nega pedido de Lula para suspender julgamento do caso do triplex no STJMinistro Edson Fachin do Supremo Tribunal Federal (STF) – Foto: Carlos Alves Moura

O ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), negou pedido de liminar do ex-presidente Lula para suspender o andamento da análise do caso do triplex do Guarujá (SP) pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ).

A defesa pedia a suspensão enquanto o Supremo não julgasse um habeas corpus que questiona a validade de uma sessão da Quinta Turma do STJ por ter ocorrido virtualmente.

No recurso, a defesa do ex-presidente afirma que desde que o caso chegou ao STJ, há dois anos, não foram realizadas sessões presenciais, o que provocaria "prejuízo irremediável sob a ótica do contraditório e da ampla defesa".

Em seguida, alega que a sessão da Quinta Turma questionada ocorreu sem a presença do advogado Cristiano Zanin, que lidera a defesa do ex-presidente, apesar de Zanin ter informado ao tribunal que não poderia participar do julgamento, uma vez que estaria em outro compromisso relativo a ações penais contra Lula.

Além disso, a defesa cita que outro recurso, protocolado no Supremo, que questiona a parcialidade do ex-juiz Sergio Moro, caso seja acolhido, "pode levar à anulação de todos os processos" envolvendo Lula.

Na decisão, assinada na terça-feira (3), Fachin afirma que liminar em habeas corpus "constitui medida excepcional" que "somente se impõe quando a situação demonstrada nos autos representa manifesto constrangimento ilegal, o que, nesta sede de cognição, não se confirma".

O ministro afirma também que resoluções do STJ permitem que sessões ocorram virtualmente até o fim deste ano, devido à pandemia do novo coronavírus.

Ele diz ainda que não vê "ilegalidade ou abusividade" em continuar o julgamento dos casos no STJ, apesar de o habeas corpus no Supremo que questiona a suspeição de Moro ainda não ter sido julgado.

No caso em questão, o ex-presidente foi condenado pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Em abril de 2019, a Quinta Turma manteve a condenação, mas reduziu a pena de 12 anos e 1 mês para 8 anos e 10 meses de prisão. Lula nega ter cometido os crimes.

Na terça-feira, estava pautada a análise de um recurso de Lula no caso, mas a sessão foi interrompida por problemas técnicos.

A defesa pede que as mensagens divulgadas pelo site "The Intercept" relativas à Operação Lava Jato sejam consideradas no processo e afirma haver "obscuridade quanto ao objeto da persecução penal".

Valedoitaúnas/Informações iG



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