“Existe confiança do presidente em mim”, afirma Guedes ao negar saída
18 de agosto de 2020"Ninguém estava querendo furar teto", defendeu o ministro da Economia dias após dizer que brigaria com ministros "fura-teto"
Guedes: “Não faltei com a confiança de Bolsonaro” – Foto: Ueslei Marcelino/Reuters
O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou nesta segunda-feira (17) que a confiança entre ele e o presidente Jair Bolsonaro é recíproca, mas admitiu que seu posto é difícil.
"Existe muita confiança do presidente em mim. E existe muita confiança minha no presidente", disse ele na portaria do Ministério da Economia, ao ser questionado sobre sua permanência no governo.
"Eu não tive, ainda, nenhum ato que me indicasse, que me sugerisse, que eu não devesse confiar no presidente, e eu acho, da mesma forma, que eu não faltei em nenhum momento a confiança que ele depositou em mim", acrescentou.
Perguntado se se sentia à vontade no cargo, o ministro então sinalizou que o sentimento era diferente. "À vontade, neste cargo, eu acho difícil você encontrar alguém que vai estar sempre à vontade. É um cargo difícil", afirmou.
O pronunciamento do ministro aos jornalistas foi feito após um dia em que rumores sobre sua eventual saída mexeram com o mercado, guiando uma alta do dólar frente ao real e uma queda do Ibovespa para abaixo dos 100 mil pontos.
As especulações têm ganhado força após a saída de secretários importantes da equipe do ministro e conforme aumentam as pressões políticas por mais gastos públicos e também em meio às viagens de Bolsonaro pelo Nordeste, encaradas como parte de uma pré-campanha à reeleição.
Nesta noite, Guedes adotou um tom mais conciliador ao classificar diversas vezes como "natural" que alguns ministros e até mesmo o presidente queiram fazer obras públicas. Ele ponderou, contudo, que seu papel é alertar sobre as limitações colocadas pela Lei de Responsabilidade Fiscal.
Na semana passada, o ministro havia sido mais incisivo ao pontuar que brigaria com ministros "fura-teto" e que era necessário acomodar as despesas dentro do Orçamento para o governo não incorrer em risco de impeachment como o que levou à queda da ex-presidente Dilma Rousseff.
Valedoitaúnas/Informações R7