O governo disse que a receita do Estado começa a cair assustadoramente, e reforçou o pedido para que as pessoas permaneçam em casa e saiam o mínimo possível

Foto: Giovani Pagotto/Governo-ES

O governador do Espírito Santo, Renato Casagrande (PSB), concedeu uma entrevista coletiva, por videoconferência, na tarde desta quinta-feira (19), para jornalistas da região Sul e Norte do Estado, para falar sobre as medidas adotadas para conter a contaminação do coronavírus, e ressaltou que os capixabas vão vivenciar um longo período de dificuldade.

“Infelizmente, vejo um futuro com todas as atividades paralisadas. Estamos nos preparando para um longo inverno. Por isso, é importante cumprirmos o que está sendo orientado, não podemos brincar. Sabemos que é um incômodo ficar em casa, incômodo não poder sair, não poder abraçar os avós, mas são medidas necessárias. Temos visto que os países que não cumpriram essas medidas estão sofrendo muito”, explica Casagrande.

O governador criticou a atitude do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), que tratou as medidas contra o coronavírus como uma ‘histeria’. “Até recentemente, o presidente Bolsonaro não deu a importância devida, mas agora abriu os olhos. Essa demora do presidente deixou todo mundo folgado, e agora o Brasil não está bem”, continua.

Casagrande também falou sobre o impacto econômico no Espírito Santo com o coronavírus. “Nossa receita começa a cair assustadoramente. Vai ser um impacto forte na receita. Estamos enfrentando duas crises, a do petróleo e a do coronavírus. Com a crise do petróleo, o impacto será de mais de R$ 1 bilhão ao ano no Espírito Santo. Isso impõe cautela nos gastos do governo”, ressalta.

Referência

Foto: Hélio Filho/Secom

No Sul do Espírito Santo, a Santa Casa de Misericórdia, em Cachoeiro de Itapemirim, é o hospital referência para o atendimento dos casos de coronavírus. “Estamos deslocando alguns serviços da Santa Casa para outros hospitais da região, para que ele seja uma referência no atendimento na região. Não temos como fazer obras na Santa Casa nesse momento. Em todo o Estado, estamos disponibilizando 300 leitos de UTI”, explica.

As Prefeituras do Estado estão sendo orientadas sobre as medidas a serem adotadas, e Casagrande reforça o pedido para que as pessoas permaneçam em casa. “Pedimos que as pessoas se isolem, não se aglomerem e evitem sair o mínimo possível. Esse é um caminho que tem dado muito certo em outros países. As pessoas precisam entender isso e seguir as orientações”, recomenda.

“Ainda temos pessoas que não acreditam na gravidade. Estamos tratando vidas, e isso é muito grave. É um começo de ano muito pesado para os capixabas. Quem estiver com sintomas gripais, precisa se isolar por 14 dias. Pedimos também às pessoas que não se dirijam até as unidades de saúde por qualquer motivo, não vá por dúvidas ou medo”, reforma Casagrande.

Enchente

Os municípios do Sul do Espírito Santo, atingidos pela enchente do mês de janeiro, ainda estão tentando se reerguer dos impactos provocados no comércio, e o governador destacou que essa tem sido uma de suas preocupações.

“As obras emergências iniciadas nesses municípios continuam, mas as novas não serão iniciadas. O Bandes e o Banestes oferecem uma linha de crédito para os atingidos pela enchente e, agora, vão oferecer para os comerciantes prejudicados com o coronavírus. As medidas que estão ao nosso alcance, vamos tomar, mas cabe ao Governo Federal adotar medidas diante dessa crise”, completa Casagrande.

Valedoitaunas/Informações Folha Vitória