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Especialistas fazem balanço após um mês de Coronavírus no ES e alertam sobre isolamento

06 de abril de 2020

Para os médicos, o pico da doença deve ser registrado em meados de abril, por isso, relaxar agora pode colocar tudo a perder

Especialistas fazem balanço após um mês de Coronavírus no ES e alertam sobre isolamentoFoto: Divulgação

A confirmação do primeiro caso do Novo Coronavírus no Espírito Santo completou um mês no último domingo (5). De lá pra cá, a vida do capixaba mudou completamente. Com os decretos do Governo para o isolamento social, as ruas das cidades ficaram vazias e a maioria dos comércios fechados.

O psicólogo Paulo Ferri foi um dos primeiros pacientes com a infecção confirmada no Estado. Após 15 dias de isolamento completo, ele finalmente foi considerado curado da doença. A melhor notícia que ele poderia receber após passar dias de angústia.

"Eu fui ao Rio de Janeiro e no retorno eu senti alguns sintomas de tosse, dor de cabeça e dor no tórax. Eu fui ao hospital, fizeram o exame e me entregaram a resposta. Me mantive em quarentena desde o primeiro sintoma que eu percebi", disse.

O histórico que mostra o avanço do Novo Coronavírus no Estado assusta. A doença se multiplicou em poucos dias. No dia 5 de março foi confirmado o primeiro caso. Sete dias depois, o segundo. Já na terceira semana, o número saltou para 13. Depois, no dia 26, já eram 48 casos. Sete dias depois, 139 infecções confirmadas.

O último dado divulgado pela Secretara de Saúde do Estado aponta que são 209 casos confirmados da covid-19 no Espírito Santo até esta segunda-feira (6). Destes, 38 pacientes já estão curados, 122 estão em isolamento residencial e 43 estão internados, sendo 25 em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs). Seis óbitos foram confirmados.

Segundo especialistas, o isolamento social é o remédio para impedir o avanço da doença. De acordo com Luiz Carlos Reblin, subsecretário Estadual de Vigilância em Saúde, relaxar agora pode colocar tudo a perder.

"A gente viu que no mundo todo a questão do isolamento social é a ferramenta que os países usaram para poder reduzir os casos e no Brasil não seria diferente. O que gente tem percebido é que uma parcela da população, especialmente neste último final de semana, deixou de aderir ao isolamento social. Isso para nós é um risco enorme, porque nós fizemos um esforço muito grande durante esse período, e agora, em poucos dias, temos a possibilidade de colocar tudo a perder", afirmou.

De acordo com a Secretaria de Estado de Saúde, a previsão é de que o pico de contaminação aconteça a partir da metade de abril. Só então será possível avaliar o quanto funcionou o isolamento social.

Para a médica infectologista Filomena Alencar, o crescimento no número de casos está dentro do esperado e é diferente do que acontece em São Paulo ou o Rio de Janeiro, pelas próprias características do Estado.

"A população tem uma característica diferente, ela é menor, tem hábitos diferentes, as aglomerações de São Paulo e no Rio são muito intensas. Então onde se vive com pressa e se tem aglomerados urbanos importantes, a gente vai ter mais possibilidade de ter casos com muito mais intensidade do que a gente tem aqui", disse.

Mas, ainda assim, ela ressalta a importância de ficar em casa. "Cada um faz sua parte e isso vai ajudar os gestores a planejar de uma maneira melhor como eles vão agir em relação ao que está acontecendo daqui para frente. Quanto mais gente sair, mais vai dificultar essa operacionalização dos leitos", completou.

Valedoitaunas/Informações Folha Vitória



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