ES tem 268 mil pessoas com deficiência e mais de 51 mil autistas
24 de maio de 2025Dados divulgados pelo IBGE nesta sexta-feira (23) revelam idade, raça e nível de instrução das pessoas com deficiência no Estado
IBGE listou deficiências de locomoção, de visão e de audição no Censo 2022 – Foto:: Stefano Intintoli/Unsplash/Reprodução/A Gazeta
O Espírito Santo tem 268,8 mil pessoas com deficiência (PCD) e mais de 51 mil autistas. Entre os deficientes, que representam 7,2% da população capixaba, estão listadas limitações para enxergar, ouvir ou se locomover, por exemplo. Já entre os autistas, o equivalente a 1,3% da população do Estado, os números mostram que homens puxam a lista de diagnósticos.
Os dados são fruto da amostra preliminar do Censo 2022 e foram divulgados nesta sexta-feira (23) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Essa foi a primeira vez que o órgão realizou um levantamento sobre autismo, em que os declarantes informaram se os moradores do domicílio já tinham sido diagnosticados com Transtorno do Espectro Autista (TEA) por algum profissional de saúde.
Os números no Espírito Santo
Segundo o IBGE, as mulheres formam a maior parcela de pessoas com deficiência no Espírito Santo: 7,9% são do sexo feminino e 6,4%, do sexo masculino. No recorte de idade, os que tem 100 anos ou mais são os mais acometidos. Nesse grupo, 69,6% das pessoas tem alguma das deficiências listadas pelo IBGE. Já o grupo com menor ocorrência é o de 2 a 14 anos, com 2,2% de deficientes.
No levantamento por cor ou raça, proporcionalmente, a população indígena é a mais acometida, com 11,4% de deficientes no Estado. Na sequência, aparecem pretos (8,1%) e brancos (7,2%). Já amarelos e pardos têm 6,9%.
Ainda de acordo com o IBGE, a principal deficiência identificada no Espírito Santo é relacionada à visão. Nesse grupo, 3,9% da população apontou a dificuldade para enxergar como principal problema; seguidos por 2,7% que têm dificuldades de locomoção (para andar ou subir escadas, por exemplo). Já as limitações para pegar pequenos objetos ou abrir garrafas e limitações nas funções mentais representam 1,4% das deficiências, respectivamente. Por fim, a audição foi pontuada como deficiência por 1,2% dos capixabas identificados na pesquisa.
Nível de instrução dos capixabas com deficiência
Os números do Censo ainda revelam que, entre a população com deficiência, 64% não tem instrução e não completaram o ensino fundamental; 11,25% do grupo tem ensino fundamental completo e médio incompleto, enquanto 17,59% possuem o médio completo e superior incompleto. Entre os deficientes, apenas 7,13% declararam ter o ensino superior completo.
- 19,49% das pessoas com deficiência são analfabetas no Espírito Santo.
Dados do autismo
O Censo 2022 ainda revela que, dos 51.328 diagnosticados com autismo no Espírito Santo, 26.859 são pardos; 19.050 são brancos; 5.195, pretos; 21 são indígenas; e 13, amarelos. Segundo o IBGE, a prevalência é maior entre os homens (31,7 mil), enquanto 19,7 mil mulheres são diagnosticadas.
Proporcionalmente, o Espírito Santo é o quarto Estado do Brasil com maior percentual (1,3%) de residentes com autismo, junto de Rondônia e Rio de Janeiro. No grupo, a população indígena é a que registra, proporcionalmente, mais diagnósticos: 1,8%; pardos e brancos registram 1,4% e 1,3%, respectivamente. Já entre a população preta, os diagnósticos atingem 1,3% do grupo; enquanto amarelos somam 0,3%.
Entre os grupos etários, a prevalência do diagnóstico é maior entre os mais jovens, que são 2,2% no grupo de 0 a 4 anos de idade; 3,4% no grupo de 5 a 9 anos; e 2,4% entre 10 e 14 anos. Esses percentuais representam, ao todo, 19,9 mil pessoas de 0 a 14 anos com autismo. No grupo de 15 a 19 anos de idade, esse percentual é de 1,6%, correspondendo a 4 mil pessoas, segundo o IBGE.
Ainda segundo o Censo, 44,2 mil domicílios permanentes ocupados (DPPO) no Estado possuem ao menos uma pessoa diagnosticada com autismo, o equivalente a 3,1% do total.
No âmbito educacional, o Censo mostra que 46,3% das pessoas com diagnóstico de autismo estavam no grupo “sem instrução e fundamental incompleto”, enquanto, na população geral, esse percentual foi de 35%. Para os demais níveis de instrução, de acordo com o IBGE, os percentuais da população com autismo foram inferiores aos observados na população geral. Destaca-se o grupo com ensino “médio completo e superior incompleto”, no qual 26,4% das pessoas com autismo se encontravam, frente a 32,8% da população total.
(Fonte: A Gazeta)