Nove municípios capixabas decretaram situação de emergência por conta da estiagem. Produtores do interior do estado estão sofrendo com os prejuízos

Animal morto pela falta de água em Aracruz – Foto: Prefeitura de Aracruz/Divulgação

Com o decreto da situação de emergência em Aracruz, no Norte do estado, na última terça-feira (18), em decorrência da falta de chuvas, o Espírito Santo chegou a nove cidades com condição críticas de seca: Alfredo Chaves, Atílio Vivácqua, Iconha, Itapemirim, Marataízes, Presidente Kennedy, Rio Novo do Sul e Vargem Alta.

Há meses, esses municípios convivem com a estiagem e a severa diminuição dos níveis de água dos rios, lagoas e represas.

Os baixos índices de chuva refletiram diretamente na disponibilidade hídrica de Aracruz, o que influenciou na produção agropecuária e agrícola. Desde o mês de março, a Secretaria Municipal de Agricultura começou a receber novas retroescavadeiras para o enterro de animais e, durante os meses subsequentes, esses números foram aumentando. Estima-se que cerca de 825 animais foram mortos por falta de água.

Além dos pecuaristas, os agricultores também foram prejudicados. Segundo o Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper), o café sofrerá uma perda de 35% de produção em 2023 devido à falta de chuva, ventos frios e baixa temperatura. Na cafeicultura, os principais distritos afetados foram Guaraná e Jacupemba.

Segundo levantamento do município, a perda é de 35 mil sacas de café conilon, equivalente a R$ 28 milhões. Em relação às pastagens, foram 5 mil hectares, um prejuízo de R$ 2,2 milhões.

Já na pecuária de leite, a perda foi de 5,2 milhões de litros, equivalente à R$ 20,8 milhões.

Plantação de café sofreu com a estiagem – Foto: Prefeitura de Aracruz/Divulgação

Sul do ES

Em cidades como Itapemirim e Iconha, cerca de 500 animais morreram no pasto por falta de alimentação.

Já em Marataízes, o prejuízo foi na plantação. Em plena safra, o abacaxi não chegou ao tamanho ideal para comercialização.

Em Vargem Alta, cerca de 450 produtores rurais têm sofrido com a longa estiagem. A situação de emergência foi decretada em setembro deste ano e tem vigência de 180 dias.

A Coordenadoria Estadual de Proteção e Defesa Civil do Espírito Santo (CEPDEC/ES) informou que os municípios de Mimoso do Sul, Anchieta e Jerônimo Monteiro decretaram situação de emergência, mas ainda não haviam recebido o reconhecimento pelo estado.

Em agosto deste ano, foi decretado estado de atenção sobre a situação dos recursos hídricos no Espírito Santo. A resolução 001/2022 foi publicada pelo Governo do Estado, por meio da Agência Estadual de Recursos Hídricos (AGERH).

O órgão recomenda é que os setores produtivos empenhem medidas voltadas ao uso racional da água. Ainda de acordo com a agência, o estado de atenção segue até o fim de outubro, quando haverá uma nova avaliação.

Valedoitaúnas (g1 ES)