Entenda por que mulheres sofrem mais quedas e como a musculação pode virar o jogo
11 de dezembro de 2025Especialista explica por que a perda muscular pós-menopausa exige atenção e como o treino de força é decisivo para reduzir fraturas e acelerar a recuperação após acidentes
Guilherme Marins, ortopedista do Hospital Vitória Apart – Foto: Divulgação
As quedas estão entre os acidentes mais comuns na vida adulta e na terceira idade, mas existe um detalhe curioso: elas não acontecem da mesma forma para todo mundo. Estatisticamente, as mulheres caem mais, fraturam mais e têm recuperação mais lenta.
O ortopedista Guilherme Marins, do Hospital Vitória Apart, explica que a vulnerabilidade feminina tem raízes biológicas bem definidas. “Depois da menopausa, a queda brusca do estrogênio acelera a perda óssea e muscular. Além disso, as mulheres têm maior prevalência de osteoporose, estrutura óssea menor e tendem a ter menos massa muscular ao longo da vida. Homens caem menos, fraturam menos e fazem fraturas osteoporóticas em idade mais avançada”, esclarece.
Mas há um segundo fator, tão importante quanto o biológico: comportamento. As mulheres, em geral, se exercitam menos que os homens – especialmente em atividades de força, como musculação. Isso potencializa todos os riscos, porque fortalecer o corpo cria uma espécie de proteção natural.
“Os músculos funcionam como airbags biológicos. Eles absorvem parte do impacto, protegem as articulações e reduzem consideravelmente as chances de fraturas. Pessoas com boa massa muscular se recuperam mais rápido, perdem menos função e toleram melhor períodos de imobilização. Já pacientes sarcopênicos – aqueles com pouca musculatura – costumam evoluir pior após acidentes e cirurgias”, afirma Marins.
E qual seria a frequência ideal de exercícios? O ortopedista do Hospital Vitória Apart é claro: constância é o fator mais importante. “Musculação de duas a quatro vezes por semana já traz benefícios importantes, combinada a atividade aeróbica regular e treinos de equilíbrio, especialmente para quem tem mais de 60 anos”, orienta.
Muito mais do que estética
Dayani Tragino, 31 anos, malha com orientação do professor da Wellness Orla de Camburi, Marcelo Uliana – Foto: Divulgação
A musculação tem se consolidado como uma escolha estratégica para muitas mulheres que buscam mais do que resultados estéticos. A percepção de que a prática garante qualidade de vida futura tem impulsionado cada vez mais mulheres a incluir a musculação em sua rotina. Na Rede Wellness Club, nos últimos três meses, o público feminino com faixa etária dos 30 aos 49 anos procurou mais a academia do que os homens, e hoje elas representam o maior público ativo.
Segundo Aryson Antônio, líder técnico da Wellness Jardim Camburi, esse movimento é extremamente positivo. “É justamente nessa faixa etária que muitas mulheres começam a sentir as primeiras mudanças hormonais e oscilações metabólicas que antecedem a menopausa. Quando elas chegam ao treino de musculação antes desse declínio natural, constroem um escudo preventivo para o futuro”, explica.
A busca feminina pela musculação não está apenas ligada à estética, mas principalmente à saúde e à autonomia. “Percebemos que as alunas que treinam com regularidade apresentam melhor equilíbrio, maior consciência corporal e menos dores articulares. Isso reduz riscos de quedas no dia a dia e melhora a capacidade de reação em situações inesperadas”, destaca Aryson.
Aryson Antônio, líder técnico da Wellness Jardim Camburi – Foto: Divulgação
Outro fator que contribui para essa adesão é o ambiente pensado para elas. A Wellness conta com o “gluteo zone”, espaço para que as mulheres treinem com conforto e segurança, além de atendimento focado em acolhimento, segurança e autonomia. “Criamos uma experiência que incentiva a permanência: desde orientação técnica próxima até áreas amplas e bem organizadas, além de aulas coletivas que têm altíssima adesão feminina”, afirma Aryson.
A prevenção, porém, não está somente nos pesos. Um pacote de hábitos fortalece o corpo como um todo: noites bem dormidas, boa ingestão de proteínas e micronutrientes, níveis adequados de vitamina D, controle de doenças crônicas e moderação no álcool – sem esquecer do abandono ao tabagismo.
O recado é claro: a queda não é só um tropeço – é um sinal de que o corpo precisa de força. E, para as mulheres, especialmente na longevidade, a musculação não é apenas exercício: é proteção, autonomia e qualidade de vida.