Engenheiros constroem 'robô lula' para explorar o oceano
01 de novembro de 2020Dispositivo gera pulsos de jato de água para se locomover de forma livre e independente e pode carregar uma câmera para imagens subaquáticas
Máquina pode carregar câmera para exploração subaquática – Foto: Reprodução/YouTube
Engenheiros da Universidade da Califórnia, em San Diego, construíram um robô com aparência de lula que pode carregar um sensor ou uma câmera, para exploração subaquática. O trabalho foi publicado recentemente no jornal acadêmico Bioinspiration and Biomimetics.
O dispositivo foi construído partir de materiais macios, como polímetos acrílicos. Isso, por um lado, é importante, pois o uso de robôs macios para exploração subaquática protege de danos peixes e corais, algo que poderia acontecer se fosse usado um material rígido. Por outro, no entanto, robôs macios se locomovem mais lentamente e têm dificuldade de manobra.
Para contornar este problema, a equipe desenvolveu um mecanismo de propulsão a jato, o que possibilita que a máquina se locomova sem amarras. O robô leva a água do mar para dentro de sua estrutura e depois joga com força para fora, isso faz com que ganhe impulso para frente.
"Este é o primeiro robô sem amarras que pode gerar pulsos de jato para locomoção rápida como a lula e pode alcançar esses pulsos de jato mudando sua forma corporal, o que melhora a eficiência da natação", afirmou um dos autores sênior do artigo e professor do Departamento de Engenharia Mecânica e Aeroespacial da universidade, Michael T. Tolley.
Os engenheiros testaram o dispositivo pela primeira vez em uma bancada de água no laboratório do Professor Geno Pawlak, no Departamento de Engenharia Mecânica e Aeroespacial da universidade. O segundo experimento, por sua vez, foi realizado em um dos tanques do Aquário de Birch da universidade, no Scripps Institution of Oceanography.
A velocidade registrada foi mais rápida do que a maioria das outras máquinas conseguem atingir: cerca de 18 a 32 centímetros por segundo (aproximadamente de 0,8km/h).
"Depois que pudemos otimizar o design do robô para que ele nadasse em um tanque no laboratório, foi especialmente emocionante ver que ele foi capaz de nadar com sucesso em um grande aquário entre corais e peixes, demonstrando sua viabilidade para aplicações do mundo real", disse o engenheiro sênior de dispositivos médicos da Dexcom, que liderou o estudo como parte de seu doutorado.
Valedoitaúnas/Informações R7