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Em visita ao ES, Ministro da Educação diz que cortes no orçamento foram causados por queda na arrecadação

08 de junho de 2021

Milton Ribeiro esteve nos campi de Cachoeiro de Itapemirim e Alegre, no Sul do estado, nesta segunda-feira (7)

Em visita ao ES, Ministro da Educação diz que cortes no orçamento foram causados por queda na arrecadaçãoMinistro da Educação, Milton Ribeiro, em visita ao Espírito Santo – Foto: Reprodução/TV Gazeta

O Ministro da Educação, Milton Ribeiro, esteve no Espírito Santo, nesta segunda-feira (7), para a inauguração de um bloco de salas de aula em Cachoeiro de Itapemirim, na região Sul do estado, e falou sobre o corte no orçamento do Ministério da Educação (MEC) destinado às instituições de ensino.

Em abril deste ano, o Ministério da Educação (MEC) bloqueou uma parte do orçamento de 63 universidades e 38 institutos federais de ensino, dentre eles campi da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) e do Instituto Federal do Espírito Santo (Ifes).

De acordo com o governo, o corte foi aplicado sobre gastos não obrigatórios, como água, luz, terceirizados, obras, equipamentos e realização de pesquisas. Despesas obrigatórias, como pagamento de salários e aposentadorias, não foram afetadas.

Durante a inauguração do bloco de salas de aula e de uma biblioteca no campus de Cachoeiro de Itapemirim, o ministro falou sobre o bloqueio no orçamento das instituições. Segundo Ribeiro, o corte foi necessário por causa da queda na arrecadação de impostos durante a pandemia.

“O Governo Federal não cria recursos, ele recolhe recursos. O presidente [Jair Bolsonaro (Sem partido)] teve que escolher as áreas prioritárias e as áreas que escolhemos, e ele me convenceu disso, foi colocar comida no prato dos brasileiros através do auxílio emergencial”, explicou Ribeiro.

Questionado sobre o impacto do corte no funcionamento das unidades de ensino, o ministro disse que investimentos importantes serão adiados e reafirmou que o governo teve que escolher entre "recursos para comer" e o projeto de educação.

“Nós não vamos cortar os recursos, nós vamos adiar alguns investimentos que são importantes para a educação. Entre uma perda maior que é não ter recurso para comer e adiar um projeto de educação, o senhor presidente resolveu adiar alguns projetos de educação”, informou o ministro.

Depois da visita em Cachoeiro de Itapemirim, o ministro passou pelo campus do Ifes em Alegre e cumpriu agenda em Vitória.

Bloqueio no orçamento

A administração da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) informou que pode ter o funcionamento "fortemente prejudicado" a partir do segundo semestre deste ano por conta do bloqueio de 60% no orçamento da instituição.

Segundo a Ufes, mesmo que os recursos sejam descontingenciados e desbloqueados, a instituição terá grandes dificuldades para manter suas atividades de ensino, pesquisa e extensão até o final do ano, pois os valores procedentes do Tesouro previstos na parcela discricionária do orçamento (aqueles que a universidade tem autonomia para gerir) são cerca de 20% inferiores aos do ano passado.

Em 11 anos, o orçamento do Ministério da Educação (MEC) para as universidades federais caiu 37% nas despesas discricionárias, se comparadas às de 2010 corrigidas pela inflação.

A falta de recursos poderá levar à redução ou paralisação das atividades, segundo a Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes).

Em valores atualizados, o orçamento do MEC para o ensino superior em 2010 seria hoje o equivalente a R$ 7,1 bilhões. Em 2021, é de R$ 4,5 bilhões. Houve queda também em relação a 2020, quando foi de R$ 5,5 bilhões. Os números são da Andifes.

Valedoitaúnas/Informações G1 ES



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