Eleições legislativas elevam pressão por extensão do auxílio emergencial
09 de janeiro de 2021Candidatos à presidência da Câmara defendem prorrogação do benefício e vão à contramão do Ministério da Economia
Entre idas e vindas, Ministério da Economia deve estudar possibilidade após pressão de congressistas – Foto: Agência Brasil
A eleição para o comando do Congresso Nacional está aumentando a pressão em cima do Ministério da Economia para a prorrogação do Auxílio Emergencial. O benefício do Governo Federal para ajudar as famílias a equilibrar as contas durante a pandemia, foi encerrado em dezembro do ano passado, no entanto, há pagamento pendentes até o fim deste mês.
Em seu discurso de lançamento de campanha, o deputado Baleia Rossi (MDB-SP) afirmou que descarta tentar pedir a prorrogação do auxílio emergencial. Na coletiva, ele declarou que a pandemia não acabou, por isso é necessário a manutenção da medida.
“Precisamos buscar uma solução. Ou aumentando o Bolsa Família, ou buscando novamente o Auxílio Emergencial para os mais vulneráveis”, disse Rossi.
O adversário do emedebisda na disputa pela presidência da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), também defendeu a extensão do benefício em 2021, mas afirmou que a medida só será aprovada se não atingir os limites do Teto de Gastos .
No Senado, há um projeto em discussão para manter o auxílio emergência até março deste ano. A proposta do senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE) ainda não foi ao plenário, mas o parlamentar garante ter assinaturas necessárias para a aprovação da medida.
Embora os congressistas tenham se movimentado para conseguir a retomada dos pagamentos, o Ministério da Economia não tem demonstrado interesse de manter o auxílio. O ministro Paulo Guedes até cogitou a possibilidade de prorrogação, mas recuou afirmando que a iniciativa poderá ultrapassar os limites da Lei de Responsabilidade Fiscal.
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) também é contra a extensão do benefício. Nesta semana, em conversa com apoiadores, Bolsonaro afirmou que “se pagar R$ 5 mil por mês, ninguém trabalha.
“Qual país do mundo fez auxílio emergencial? Parecido foi nos Estados Unidos. Aqui alguns querem torná-lo definitivo. Vamos pagar para todo mundo R$ 5 mil por mês, ninguém trabalha mais, fica em casa”, afirmou.
No entanto, observando a alta de casos da doença no país, assessores de Guedes devem realizar estudos para viabilizar o pagamento de mais parcelas do auxílio, porém, com valor abaixo dos R$ 300 pagos entre setembro e dezembro de 2020.
Aumento de casos de Covid-19
A pressão para a prorrogação do Auxílio Emergencial acontece após os registros crescentes de casos e mortes em decorrência da Covid-19 no país. No último dia 7, o Brasil registrou 94 mil novos casos da doença, número recorde desde o início da pandemia.
Já o número de mortes também apresentou aumento nas últimas semanas. Na sexta-feira (8), o país registrou 962 novos óbitos provocados pela doença, atingindo a marca de 201.406 mortes registradas até o momento.
A expectativa do Governo Federal é que a aprovação do uso emergencial da vacina contra a Covid-19 possa provocar a retomada da normalidade do país. A área econômica pondera que “ninguém mais aguentar ficar em casa”, mas admite que deverá tomar providências se a pandemia continuar afetando a economia. Entretanto, será necessário prorrogar o decreto de calamidade pública, medida que já teve apoio do Supremo Tribunal Federal.
Valedoitaúnas/Informações iG