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EDP multiplica abelhas nativas em usina solar em Roseira

08 de outubro de 2024

Projeto agrivoltaico de manejo sustentável contribui para a preservação das abelhas sem ferrão, ameaçadas de extinção, e para o equilíbrio dos ecossistemas, já que o inseto é o principal agente polinizador na natureza

EDP multiplica abelhas nativas em usina solar em RoseiraMeliponário EDP na Usina Solar de Roseira, em São Paulo Foto: Divulgação

A EDP, empresa que atua em todos os segmentos do setor elétrico, está reproduzindo abelhas nativas em uma de suas usinas solares, em Roseira, no interior de São Paulo. O projeto BeeVolt foi lançado na última quinta-feira (3), em comemoração ao Dia Nacional de Preservação das Abelhas.

A iniciativa agrivoltaica, ou seja, que une a agricultura com a geração de energia solar para um uso mais eficiente e sustentável da terra, tem como objetivo proteger e incrementar a biodiversidade da região, já que as abelhas nativas são ameaçadas de extinção e são, também, os principais agentes polinizadores, responsáveis pela reprodução de cerca de 80% das plantas. A polinização é o processo de transferência de grãos de pólen de uma planta para outra, o que garante a produção de frutos e sementes.

“Estamos focados em liderar uma transição energética justa e, para isso, mais do que investir em geração de energia renovável, é preciso envolver e beneficiar as comunidades e contribuir para preservar a biodiversidade das regiões onde os projetos estão instalados. Utilizar uma usina solar, cuja energia renovável já é direcionada para a comunidade da Favela dos Sonhos, para produzir e preservar uma espécie nativa de abelha, fundamental para o equilíbrio dos ecossistemas, é um exemplo prático e real de transição energética justa”, reforça Dominic Schmal, diretor de ESG da EDP na América do Sul.

A criação das abelhas nativas acontece por meio da instalação de um meliponário, conjunto de caixas retangulares de madeira que abriga as abelhas e que funciona como um santuário para espécies nativas. O projeto já conta com 20 enxames e deve expandir nos próximos meses, chegando a um total de 100 enxames, que impulsionarão a diversidade ecológica na área. A iniciativa é realizada em parceria com a Bee2Be, startup que se dedica a integrar a proteção das abelhas a estratégias de sustentabilidade empresarial.

“As abelhas são essenciais para a restauração ambiental. Em tempos de mudanças climáticas e emergências ambientais, seu papel se torna ainda mais crítico. Esses polinizadores garantem a regeneração de plantas nativas e ajudam a restabelecer o equilíbrio dos ecossistemas. É, por isso, que o projeto com a EDP é tão importante: ao instalar meliponários nas usinas solares, cria-se um impacto positivo no entorno, promovendo a biodiversidade local. Além disso, o projeto gera benefícios sociais ao envolver e capacitar comunidades locais, criando oportunidades de renda e maior conscientização ambiental”, explica Vitor Costa, fundador da Bee2Be.

Além dos benefícios para a biodiversidade, o projeto deve trazer ganhos também para a comunidade por meio da conscientização, educação ambiental e geração de renda. Para o próximo ano, quando a multiplicação dos enxames já estiver mais avançada, estão previstas ações, por meio de parceria com uma instituição social da região, como a doação de meliponários e a capacitação da comunidade. A partir dos meliponários, é possível gerar renda com a multiplicação e venda de enxames das abelhas nativas e com a produção de diversos produtos, como mel, própolis etc.

Segurança e curiosidades

Além dos benefícios socioeconômicos e ambientais, a ação também é segura, já que as abelhas nativas da espécie Mandaçaia (Melipona quadrifasciata anthidioides) não têm ferrão. Elas medem 1 cm, em média, e são pretas com quatro listras amarelas transversais e interrompidas no centro do abdômen. Geralmente, polinizam espécies da flora como Pau-jacaré, Capixingui, Cereja-do-mato e Candeia da Serra, entre outras. Produzem um mel bastante aromático, com sabor agridoce e toques frutais.

Usina solar social

A Usina Solar de Roseira é também a primeira usina solar social da EDP. Ela foi inaugurada em fevereiro deste ano e, desde então, tem gerado energia renovável para cerca de 160 famílias residentes na Favela dos Sonhos, em Ferraz de Vasconcelos (SP). O projeto é realizado em parceria com a Gerando Falcões e contou com investimento de mais de R$ 500 mil da EDP. A usina tem capacidade instalada de 75 kW e a energia renovável gerada por ela será distribuída aos moradores da comunidade em forma de crédito na conta de luz até 2026, contribuindo para reduzir os gastos com energia.

Estratégia global

Iniciativas semelhantes vêm sendo realizadas pela EDP em todo o mundo, como parte do Y.E.S. – You Empower Society, programa que agrega mais de 500 projetos de responsabilidade social para uma transição energética justa. Em 2022, teve início, em Portugal, o projeto Solar Solidário, no bairro da Cova da Moura, comunidade localizada nos arredores de Lisboa e que enfrenta desafios relacionados à falta de infraestrutura básica, especialmente elétrica. Nesta primeira ação, cerca de 150 famílias receberam, cada uma, dois painéis solares para produção de energia e uma geladeira mais eficiente. Ações como estas são exemplos de como a energia solar pode contribuir para a sustentabilidade e a inclusão social, garantindo o acesso à eletricidade de forma limpa e promovendo o desenvolvimento local.



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