Dona de agência de turismo suspeita de aplicar golpes em clientes em MG é presa no ES
02 de agosto de 2022Contra a mulher de 59 anos, suspeita de estelionato, havia 20 inquéritos policiais abertos na cidade de Poços de Caldas, em Minas. Ela foi presa nesta terça (2), na Serra, ES
Liliane e Job foram vítimas de golpe da dona de agência de turismo em Poços de Caldas, MG – Foto: Reprodução/EPTV
A dona de uma agência de viagens, que é suspeita de aplicar golpes em clientes na cidade de Poços de Caldas, em Minas Gerais, foi presa nesta terça-feira (2) na Serra, na Grande Vitória. De acordo com a Polícia Civil, o prejuízo financeiro gerado pela mulher de 59 anos pode chegar aos R$ 160 mil.
A prisão da suspeita, que não teve o nome revelado, ocorreu no bairro Valparaíso. De acordo com o delegado Douglas Vieira, titular da Delegacia Especializada de Falsificações e Defraudações (Defa), a dona da agência estava escondida em uma casa junto com a filha.
No local, ela dormia em um colchão e estava de malas prontas, o que, para o delegado, indica que ela tivesse a intenção de fugir para outros lugares.
Os golpes
A Polícia Civil de Minas, que conduz a investigação do caso, afirma que a suspeita era proprietária de empresa de turismo sediada em Poços de Caldas. A agência oferecia e vendia o serviço de regularização de vistos e passaportes, assim como pacotes de viagens nacionais e internacionais. Ela dizia ser vinculada a rede nacional de agência de turismo, o que não era verdade.
No início do mês de maio deste ano, os clientes foram à agência para regularizar as viagens e notaram que a loja estava fechada, não sendo possível nem mesmo o contato telefônico com a proprietária.
Diante da suspeita, as vítimas entraram em contato diretamente com as empresas de viagem (áreas e de turismo) e tomaram conhecimento de que não haviam sido emitidas passagens em seus nomes ou em alguns casos só havia sido realizada a reserva sem pagamento, apesar de as vítimas terem efetuado o pagamento para a empresa da suspeita.
Liliane Helena da Silva Fonseca e Job Gonçalves da Fonseca pagaram cerca de R$ 20 mil para passar duas semanas em Londres, na Inglaterra. Pagaram diversos boletos para a agência da suspeita. Receberam supostos comprovantes de que tudo estaria certo.
"A gente fica arrasado porque uma pessoa que passava um sentimento de confiança para a gente. A gente fazia o pagamento ela retornava os vouchers, alguns recibos. Mas na verdade, ela fazia a reserva, cancelava e pegava o reembolso. Acho que é isso que ela fazia", disse Job em maio deste ano.
Mais de 20 inquéritos contra a suspeita
As vítimas procuraram a delegacia para registrar a ocorrência, dando início à investigação. Ao todo, segundo a Polícia Civil, foram abertos 20 inquéritos para apurar os crimes de estelionato, furto mediante fraude e eventual falsificação de documento particular.
Mas a suspeita não foi mais localizada em Minas desde 4 de maio. "Segundo apurado, a investigada teria ido para a cidade de Vitória, com requerimento de passaporte, demonstrando risco de fuga ao exterior sendo registrado no sistema de Tráfego Internacional – Módulo Alerta e Restrição", disse a Polícia Civil de Minas.
Foi então que, a partir da troca de informações, o setor de inteligência da Polícia Civil do Espírito Santo conseguiu localizar a mulher na Serra.
"Nas secretarias de segurança há uma área de inteligência, que faz esse intercâmbio de informações. Isso é muito importante para localizar criminosos que fogem para outros estados. Essa área tomou conhecimento desses crimes e que ela estaria escondida no estado. Nós confirmados a localização e demos cumprimento ao mandado de prisão na Serra", contou o delegado Douglas Vieira.
Ela foi levada para o presídio, em Viana. Douglas Vieira explica que o próximo passo é que um juiz de Poço de Caldas determine a transferência dela para Minas.
Valedoitaúnas (g1 ES)