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Disputa judicial por guarda de bebê reborn choca internautas

20 de maio de 2025

Advogada também destacou que outro objeto do caso seria uma rede social da boneca

Disputa judicial por guarda de bebê reborn choca internautasFoto: Reprodução/Instagram

Um caso incomum chamou a atenção nas redes sociais após a advogada Suzana Ferreira relatar que atendeu uma cliente envolvida em uma disputa pela guarda de uma  bebê reborn –  boneca hiper-realista – e pela divisão de custos com o ex-companheiro.

De acordo com a advogada, a mulher justificou que, durante o relacionamento, o casal constituiu uma família simbólica, incluindo a boneca como parte da dinâmica familiar. Com o fim do namoro, no entanto, o ex-parceiro passou a insistir no direito de conviver com a bebê reborn, alegando apego emocional.

A cliente argumentou que a simples aquisição de uma nova boneca não resolveria o impasse, devido ao vínculo afetivo estabelecido. Além disso, ela reivindicou que o ex-companheiro arcasse com metade dos gastos envolvidos, já que havia custeado sozinha a compra da reborn – que pode chegar a valores altíssimos – e todo o enxoval.

"Ela considerou justa a divisão financeira, pois foi um investimento significativo. Não se trata apenas de definir dias de visita, mas de resolver uma questão que envolve sentimentos e recursos materiais", explicou Suzana.

O caso ganha ainda mais complexidade devido ao perfil da boneca no Instagram, que gera renda por meio de publicidade e parcerias. A advogada destacou que, além da guarda, seria necessário discutir a administração desse ativo digital, já que ambas as partes teriam interesse nos lucros.

Suzana alertou que a popularidade dos bebês reborns pode trazer uma enxurrada de novas demandas legais envolvendo direitos afetivos, patrimoniais e até digitais. "A loucura da sociedade impacta diretamente na nossa profissão e vai ser uma enxurrada de problemas para o Judiciário que nós podemos barrar um pouco", afirmou no vídeo.

A situação exposta pela advogada surpreendeu internautas. "Queria tanto que parassem de falar bebe reborn e chamassem de boneca. Já ia melhorar bastante", disse uma. "Terapia deveria fazer parte da cesta básica", outro escreveu.

A popularização das bonecas reborn

Artesãs dedicadas dão vida a bonecas tão realistas que confundem-se com recém-nascidos de verdade. Conhecidas como bebês reborn, essas peças feitas à mão conquistam admiradores pelo Brasil e mundo afora, com valores que podem ultrapassar R$ 3 mil, refletindo o trabalho minucioso e o talento por trás de cada detalhe.

A técnica, que exige paciência e habilidade, envolve pintura camada por camada, aplicação de cabelos fio a fio e até a criação de veias sob a pele de silicone ou vinil, garantindo um realismo impressionante. Além de serem objetos de colecionador, as bonecas reborn têm um significado emocional profundo: muitas famílias as utilizam como forma de homenagear filhos que partiram cedo demais ou como um símbolo de esperança.

Reconhecimento oficial no Rio de Janeiro

O trabalho dessas artesãs ganhou destaque nacional quando vereadores do Rio de Janeiro aprovaram, no último dia 7 de maio, o projeto que institui o "Dia da Cegonha Reborn". Se sancionado pelo prefeito Eduardo Paes (PSD), a data será celebrada em 4 de setembro, em reconhecimento ao impacto social e terapêutico dessa arte.

"Essas bonecas não são apenas brinquedos, mas verdadeiras obras de amor e cura", destacou um trecho do projeto de lei, que ressalta a importância da técnica para famílias enlutadas e colecionadores.

(Fonte: iG)



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