Discurso de Bolsonaro abre debate da 76ª Assembleia Geral da ONU nesta terça
21 de setembro de 2021Previsão é de que presidente mencione avanços em combate à Covid. Biden, 2º líder a falar, deve trazer 'discurso de união' ao tratar de crises diplomáticas após saída do Afeganistão e acordo que irritou a França
- Representante do Brasil é sempre o 1º a discursar no evento desde 1947.
- Bolsonaro fala logo após o secretário-geral da ONU, António Guterres.
- Acompanhe aqui a transmissão ao vivo da Assembleia.
O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, discursa na abertura da 76ª Assembleia Geral da ONU em 21 de setembro de 2021 – Foto: REUTERS/Eduardo Munoz/Pool
O secretário-geral da ONU, António Guterres, já discursou no plenário. Bolsonaro é o próximo.
O secretário destacou problemas a serem enfrentados pela comunidade internacional, como a pandemia e as mudanças climáticas.
O português alertou os presidentes e líderes mundiais presentes na sede da ONU em Nova York que "agora é a hora de entregar": "Criamos problemas que somos capazes de resolver".
Bolsonaro e a primeira-dama Michelle chegam à sede da ONU em Nova York para a Assembleia Geral – Foto: Reuters/John Minchillo
A comitiva do Brasil deixou o hotel para ir ao prédio da ONU às 8h de Nova York (9h de Brasília), cerca de uma hora antes do evento. Neste momento, já se encontra na sede da organização à espera do início da Assembleia.
Discursos na Assembleia Geral da ONU, segundo a programação mais recente:
1. Jair Bolsonaro, presidente do Brasil
2. Joe Biden, presidente dos EUA
3. Ibrahim Mohamed Solih, presidente das Maldivas
4. Iván Duque, presidente da Colômbia
5. Sheikh Tamim bin Hamad Al Thani, emir do Qatar
6. Zuzana Čaputová, presidente da Eslováquia (pré-gravado)
7. Marcelo Rebelo de Sousa, presidente de Portugal
8. Sadyr Zhaparov, presidente do Quirguistão (pré-gravado)
9. Gitanas Nausėda, presidente da Lituânia
10. Shavkat Mirziyoyev, presidente do Uzbequistão (pré-gravado)
11. Félix-Antoine Tshisekedi Tshilombo, presidente da República Democrática do Congo
12. Seyyed Ebrahim Raisi, presidente do Irã (pré-gravado)
13. Sebastián Piñera, presidente do Chile (pré-gravado)
14. Moon Jae-in, presidente da Coreia do Sul
15. Recep Tayyip Erdoğan, presidente da Turquia
16. Guy Parmelin, presidente da Suíça
17. Xi Jinping, presidente da China (pré-gravado)
Depois, haverá um intervalo.
O Hall da Assembleia Geral da ONU vazio, antes do início da 76ª edição do evento, na segunda-feira (20) – Foto: John Angelillo/Pool via AP
O presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, será o primeiro a discursar no chamado "debate geral" da 76ª Assembleia Geral da ONU, em Nova York, nesta terça-feira (21). Desde 1947, o representante do Brasil é encarregado de abrir oficialmente as falas dos líderes mundiais participantes.
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, fala em seguida.
Na volta do evento (semi) presencial, Bolsonaro é o único dos líderes do G20 (grupo das 19 principais economias do mundo e a União Europeia) presentes a dizer que não tomou e que não vai tomar a vacina contra a Covid-19 para ir ao encontro.
Ainda assim, o presidente brasileiro deve mencionar como seu governo avançou na imunização da população e conteve a pandemia, além de falar sobre o auxílio emergencial e outras medidas econômicas do período. É esperado também que ele se pronuncie sobre questões ambientais que prejudicaram a imagem do país no exterior.
A pandemia deve dominar grande parte dos discursos. Em 2020, a Assembleia Geral foi totalmente remota por causa da pandemia. Neste ano, parte dos líderes discursará presencialmente e parte gravou a sua participação.
Bolsonaro e o britânico Boris Johnson se reuniram em Nova York – Foto: Reprodução/Flickr/Palácio do Planalto
Segundo a agência de notícias France Presse, o presidente de El Salvador, Nayib Bukele, cancelou sua presença e enviará uma mensagem gravada. O presidente do México, Andrés Manuel López Obrador, será representado por seu chanceler, Marcelo Ebrand. O nicaraguense Daniel Ortega também não irá.
A região da América Latina e Caribe é a mais afetada pela pandemia. Ela tem apenas 8,4% da população mundial e concentra 34% dos casos confirmados e 28% das mortes por Covid-19 do planeta.
Além de Bolsonaro, outros líderes latino-americanos com presença confirmada são o colombiano Iván Duque, o peruano Pedro Castillo, o cubano Miguel Díaz-Canel e o venezuelano Nicolás Maduro. A ida do presidente argentino Alberto Fernández, antes confirmada, ainda é incerta devido à crise política em seu país.
Tensões diplomáticas e clima
A expectativa é grande para o discurso do presidente dos EUA, Joe Biden, devido às recentes tensões diplomáticas de seu país, não só após a conturbada retirada do Afeganistão, mas também depois do anúncio de uma nova aliança com Reino Unido e Austrália, o Aukus – que causou grande mal-estar com a França. Isso sem contar o clima já tenso nas relações com a China.
Segundo uma fonte do governo Biden, o presidente americano vai dizer que “não acredita na ideia de uma nova Guerra Fria com um mundo dividido em blocos”, no contexto da rivalidade entre EUA e China, mas que “acredita em uma concorrência vigorosa, intensa e baseada em princípios”.
Ainda de acordo com a France Presse, Biden irá a Nova York com um discurso de união.
O presidente americano quer dizer à comunidade internacional que, após retirada do Afeganistão que irritou seus aliados, "abre-se um capítulo" da diplomacia americana, "definida pela cooperação com aliados e parceiros para resolver problemas que não podem ser (resolvidos) pela força militar".
Em relação à tensão com a França, Biden deve falar por telefone com o presidente francês, Emmanuel Macron, depois que o chanceler do país classificou como "facada nas costas" o acordo dos EUA de fornecer submarinos de propulsão nuclear à Austrália (o que levou a França a perder um contrato para construir submarinos convencionais).
O clima também será um tema relevante nos discursos desta edição do evento. No mais recente relatório da ONU, o secretário-geral António Guterres advertiu que o mundo estava em um caminho “catastrófico” rumo a um aquecimento de 2,7ºC, acima do limite de 1,5ºC previsto no Acordo de Paris.
Valedoitaúnas (G1)