Dinheiro de aposentadoria usado em apostas esportivas entra na mira do INSS
07 de novembro de 2024Presidente do INSS afirmou que pretende avaliar gastos em sites de apostas
Alessandro Stefanutto, novo presidente do INSS – Foto: Reprodução/TV ANASPS
O presidente do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), Alessandro Stefanutto, anunciou nesta semana que o órgão irá investigar o impacto das apostas esportivas nos gastos de seus beneficiários, incluindo aposentados e pessoas com deficiência. A decisão foi tomada após um estudo divulgado pelo Banco Central, que revelou que, em agosto, beneficiários do Bolsa Família gastaram cerca de R$ 3 bilhões com apostas.
De acordo com o INSS, o órgão paga benefícios a cerca de 40 milhões de pessoas por mês, sendo a maioria aposentados e pessoas com deficiência. Embora os aposentados geralmente não enfrentem insegurança alimentar como os beneficiários do Bolsa Família, muitos vivem com orçamentos restritos, o que pode tornar os gastos com jogos de azar um problema significativo.
Em entrevista à coluna do Guilherme Amado, do portal "Metrópoles", Stefanutto destacou que o impacto das apostas no orçamento de beneficiários de aposentadorias e pensões é uma preocupação.
“Se você ganha R$ 30 mil e quer gastar R$ 5 mil com jogo, não recomendo, mas sua saúde financeira não vai ser perturbada. Agora, essas pessoas ganham em média R$ 1.900, vivem com aquilo para comer, pagar uma escolinha para o neto. Temos de verificar o que está acontecendo, fazer campanhas junto ao nosso público. O INSS não pode mais agir assim: ‘Dei o benefício, não quero mais ver você aqui”, afirmou à coluna o presidente do INSS, Alessandro Stefanutto.
O presidente também se mostrou preocupado com a situação financeira dos beneficiários do Benefício de Prestação Continuada (BPC/LOAS), que têm um perfil financeiro considerado "bastante vulnerável".
Além disso, Stefanutto afirmou que está buscando mais informações junto ao Banco Central sobre o estudo que revelou o alto volume de apostas entre beneficiários. O INSS também está em contato com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) para entender melhor o perfil de gastos dos beneficiários e, assim, desenvolver ações que possam minimizar os impactos negativos no orçamento desses cidadãos.
(Fonte: iG)