Desemprego já atingiu 12,8 milhões somente no último trimestre
28 de maio de 2020Foto: Juca Varella/Folhapress
A taxa de desemprego no país subiu de 11,2% para 12,6% no trimestre entre fevereiro e abril deste ano, na comparação com o trimestre anterior (novembro de 2019 a janeiro de 2020), atingindo 12,8 milhões de pessoas.
Os dados fazem parte da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) Contínua, do IBGE. A pesquisa não usa só os trimestres tradicionais, mas períodos móveis (como fevereiro, março e abril; março, abril e maio etc.). O levantamento divulgado hoje (28) mostra parte dos efeitos da crise econômica causada pelo novo coronavírus no mercado de trabalho brasileiro.
O nível da população ocupada teve queda recorde de 5,2%, em relação ao trimestre encerrado em janeiro, representando uma perda de 4,9 milhões de postos de trabalho, que foram reduzidos a 89,2 milhões.
Segundo o IBGE, a queda desse indicador é reflexo da pandemia, que causou a paralisação de diversos setores da economia. A analista da pesquisa Adriana Beringuy afirmou que os efeitos foram sentidos tanto entre os informais quanto entre trabalhadores com carteira assinada.
O nível da população ocupada teve queda recorde de 5,2%, em relação ao trimestre encerrado em janeiro, representando uma perda de 4,9 milhões de postos de trabalho, que foram reduzidos a 89,2 milhões. Segundo o IBGE, a queda desse indicador é reflexo da pandemia, que causou a paralisação de diversos setores da economia. A analista da pesquisa Adriana Beringuy afirmou que os efeitos foram sentidos tanto entre os informais quanto entre trabalhadores com carteira assinada.
"Dos 4,9 milhões de pessoas a menos na ocupação, 3,7 milhões foram de trabalhadores informais. O emprego com carteira assinada no setor privado teve uma queda recorde também. A gente chega em abril com o menor contingente de pessoas com carteira assinada, que é de 32,2 milhões", declarou.
Queda nos empregos informais
A taxa de informalidade foi de 38,8% da população ocupada, representando 34,6 milhões de trabalhadores. Nesse grupo estão os sem carteira assinada (empregados do setor privado e domésticos), os sem CNPJ (empregadores e por conta própria) e os sem remuneração (auxiliam em trabalhos para a família).
A taxa é a menor da série, iniciada em 2016. No trimestre anterior, a taxa havia sido 40,7% e no mesmo trimestre de 2019, 40,9%.
Subutilizados são 28,7 milhões
A taxa de subutilização ficou em 25,6%, o que representa 28,7 milhões de brasileiros. A número também é recorde para a série histórica. A taxa de subutilização havia sido de 23,2% no trimestre anterior e de 24,9% no mesmo trimestre móvel de 2019.
A subutilização leva em conta:
pessoas desocupadas (não trabalham, mas procuraram trabalho nos 30 dias anteriores à pesquisa)
pessoas que gostariam de estar trabalhando mais horas por dia
pessoas que gostariam de trabalhar, mas não procuraram trabalho nos 30 dias anteriores à pesquisa, ou procuraram mas não estavam disponíveis para trabalhar no momento da pesquisa
Média da renda mensal é R$ 2.425
O rendimento real habitual, de R$ 2.425, subiu 2% frente ao trimestre anterior e 2,5% relação ao mesmo trimestre de 2019.
Metodologia da pesquisa
A Pnad Contínua é realizada em 211.344 casas em cerca de 3.500 municípios. O IBGE considera desempregado quem não tem trabalho e procurou algum nos 30 dias anteriores à semana em que os dados foram coletados.
Existem outros números sobre desemprego, apresentados pelo Ministério da Economia, com base no Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados). Os dados são mais restritos porque consideram apenas os empregos com carteira assinada.
Valedoitaúnas/Informações UOL