Deputados do centrão estão divididos em disputa por presidência da Câmara
15 de junho de 2020Grupo de partidos do centrão foi fundamental para a eleição de Rodrigo Maia (DEM-RJ), mas está cada vez mais próximo do governo de Bolsonaro
Deputados do Centrão têm se aproximado de Bolsonaro – Foto: J Batista/Câmara dos Deputados
A acirrada disputa pela presidência da Câmara, que ocorrerá no início do ano que vem, já abre um racha entre parlamentares do Centrão. O grupo de partidos foi fundamental para a eleição de Rodrigo Maia (DEM-RJ), mas está cada vez mais próximo do governo. As siglas conseguiram o comando do Ministério das Comunicações, com o PSD de Gilberto Kassab, e também presidências e diretorias de estatais. Antes formado por 12 partidos e com 238 deputados federais, o bloco sofre um esvaziamento que deve resultar na pulverização de candidatos na disputa ao comando da Casa, em 1º de fevereiro de 2021.
Partidos como PL (40 deputados), PP (39), PSD (36) e Republicanos (32) já foram beneficiados com cargos estratégicos nas últimas negociações com o Planalto. Principal nome do grupo, Arthur Lira (PP-AL) tenta construir consenso entre os pares para ser o candidato à presidência, mas esbarra em aliados também interessados no posto, como o deputado Marcos Pereira, presidente do Republicanos. Pereira tem o apoio da Igreja Universal e também é bem visto pelo presidente Jair Bolsonaro por ter proximidade com parte da bancada evangélica. Ele também está entre os partidos atendidos com indicações políticas no governo. O Republicanos emplacou o secretário Nacional de Mobilidade e Desenvolvimento Regional e Urbano no Ministério do Desenvolvimento Regional.
Lira também busca sinalizações de apoio mais enfáticas. A possibilidade de Bolsonaro colocar Ricardo Barros (PP-PR) como líder do governo na Câmara, em substituição ao Major Vitor Hugo (PSL-GO), gerou incômodo e fez Lira procurar o Planalto. Ele e Barros são de alas opostas dentro do partido, e o deputado, que vem atuando na linha de frente da articulação da aliança entre o governo e o centrão, reclamou, sob o argumento de que a indicação poderia colocar mais um nome na disputa pelo comando da casa. O governo, por sua vez, evita se posicionar até que o cenário esteja claro e que Rodrigo Maia assuma quem vai apoiar para sua sucessão.
Valedoitaúnas/Informações iG