Deputado Messias Donato defende formação presencial para veterinários em audiência pública
09 de outubro de 2025Foto: Câmara dos Deputados
A Câmara dos Deputados realizou uma audiência pública conjunta das Comissões de Agricultura e de Educação para debater os impactos da autorização de cursos de Medicina Veterinária na modalidade de Ensino a Distância (EaD). O encontro foi proposto e presidido pelo deputado Messias Donato (Republicanos-ES), autor do requerimento que deu origem à discussão.
A audiência foi motivada pela recente decisão do Ministério da Educação de retirar a Medicina Veterinária da lista de cursos da área da saúde proibidos de serem oferecidos na modalidade EaD, medida que gerou forte reação entre profissionais, instituições e parlamentares.
“A formação presencial é essencial para garantir profissionais qualificados e responsáveis pela defesa sanitária e pela saúde única. Estamos falando de uma questão que envolve não apenas a categoria, mas todo o sistema de produção de alimentos e a segurança da população”, afirmou Messias Donato ao abrir os trabalhos.
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O debate reuniu representantes do Ministério da Educação (MEC), do Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA), do Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV), da Associação Brasileira de Ensino em Medicina Veterinária (ABRAMVET), da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), da Frente Parlamentar Mista da Medicina Veterinária, além de parlamentares e lideranças do setor.
Durante o encontro, Mauro Moreira, presidente do Conselho Regional de Medicina Veterinária do Rio Grande do Sul (CRMV-RS), alertou para os riscos do EaD na formação profissional: “Como formar médicos veterinários sem a vivência prática? Mesmo com ensino integral já há lacunas. Imagine sem o contato direto com os animais e com o campo”.
Na mesma linha, o deputado federal Bruno Ganem (Podemos-SP), coordenador da Frente Parlamentar Mista da Medicina Veterinária, reforçou sua posição contrária ao EaD: “Eu não concordo que a Medicina Veterinária seja feita à distância. Para cuidar da vida de quem não tem voz, é fundamental ter formação presencial, prática sólida e excelência profissional. É por isso que luto com unhas e dentes para garantir que cada veterinário esteja apto a oferecer atendimento seguro, humanizado e de qualidade, porque a vida dos animais depende disso”.
O vice-presidente do CFMV, Rômulo Cézar Spinelli Ribeiro, também defendeu a preservação da qualidade da formação veterinária: “Não aceitamos um modelo que comprometa a qualidade da formação dos profissionais responsáveis pela saúde animal, pela segurança alimentar e pelo agronegócio brasileiro”.
Ao encerrar o encontro, Messias Donato reforçou o compromisso de manter o tema em debate na Câmara e de defender a educação de qualidade, destacando o papel da Medicina Veterinária no fortalecimento do agronegócio e da saúde pública: “Esse debate é fundamental para o futuro da profissão e para o fortalecimento do Brasil como potência agropecuária mundial”.
A audiência demonstrou consenso entre os participantes: a formação prática e presencial é indispensável para garantir profissionais capacitados e proteger a saúde dos animais, das pessoas e do meio ambiente.