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CTNBio aprova venda do Luxturna utilizado no tratamento de terapia genética contra cegueira

06 de março de 2020

Venda do medicamento Luxturna depende agora só de aprovação da Anvisa

CTNBio aprova venda do Luxturna utilizado no tratamento de terapia genética contra cegueiraFoto: Marcello Casal/Agência Brasil

A Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) aprovou pedido feito pelo laboratório farmacêutico Novartis e liberou a venda do Luxturna, medicamento utilizado no tratamento de pessoas que perderam a visão por distrofia da retina hereditária, uma doença genética rara que afeta a fina membrana localizada na parte posterior do globo ocular.

Esta é a primeira vez que o colegiado ligado ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação e responsável por prestar apoio técnico e assessoramento ao governo federal aprovou a liberação comercial de um produto para terapia genética no Brasil.

O pedido do laboratório foi deferido durante reunião da CTNBio, na quinta-feira (5), em Brasília. A comercialização do produto ainda depende da aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que deverá avaliar a capacidade terapêutica do Luxturna.

Nos Estados Unidos, a administração da droga criada pela empresa desenvolvedora de terapias genéticas Spark Therapeutics (que foi adquirida pela multinacional Roche em dezembro de 2019) foi aprovada em 2017. Já a Comissão Europeia autorizou a comercialização do Luxturna em 2018.

Em nota, o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação destaca que, durante a análise do pedido de liberação, foram avaliados os riscos de biossegurança e os possíveis efeitos adversos do uso dos organismos geneticamente modificados presentes na fórmula do Luxturna. Por unanimidade, os membros da comissão julgaram que a utilização do Luxturna é segura.

Documentos técnicos disponíveis no site da Agência Europeia de Medicamentos (EMA) elenca algumas precauções que devem ser adotadas, como a obrigatoriedade do paciente passar por testes capazes de comprovar que sua perda de visão foi provocada por mutações em um determinado gene sobre o qual a substância ativa do Luxturna atua, o gene RPE65. São as mutações deste gene que impedem o organismo humano de produzir a proteína necessária ao adequado funcionamento da retina, responsável por transformar a informação luminosa captada pelo olho no sinal elétrico que é enviado ao cérebro.

Na terapia genética, um paciente que não tem determinado gene ou que tem um gene com uma mutação recebe um gene adicional. Este procedimento, segundo o Ministério da Saúde, só poderá ser realizado em hospitais ou clínicas especializadas. O produto é administrado via injeção sub-retiniana em cada olho.

Ainda de acordo com o Ministério da Saúde, o laboratórios farmacêutico ainda não definiu o custo da terapia genética. Nos Estados Unidos, onde ela já está sendo comercializada, pode chegar a US$ 850 mil dólares.

Valedoitaunas/Informações Agência Brasil



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