Crocodilo ‘à prova de bala’ responsável por centenas de mortes aterroriza região na África há décadas
27 de agosto de 2024Moradores do entorno do Lago Tanganikya (Burundi) dizem que Gustave tem incríveis 12 metros de comprimento
Gustave, gigantesco crocodilo africano – Foto: Reprodução
Nos anos 1970, cadáveres estripados e pés decepados começaram a aparecer nos arredores do Lago Tanganikya (Burundi). Suspeitava-se que um assassino em série estivesse por trás das mortes.
Os corpos foram se amontando na região africana. Logo, moradores e autoridades perceberam que não era um humano por trás do massacre de centenas. Na verdade, o "assassino em série" era um enorme crocodilo-do-Nilo.
O tamanho do predador não é examente conhecido. Alguns chegam a falar em 10 metros de comprimento. E há quem cite 12 metros. Os mais comedidos afirmam que o crocodilo tem 6,5 metros e 1 tonelada. Mesmo esta mediação já daria ao animal o recorde da espécie.
Um xamã chegou a alertar uma equipe de documentários visitantes que o réptil sanguinário é controlado por "uma pessoa má" que usa o crocodilo para realizar assassinatos. Apesar de detalhes que mais parecem de uma criatura mítica, como couro avermelhado e grama nascendo da sua cabeça, o crocodilo é real. E tem até nome: Gustave.
As mortes se espalharam pelo Burundi, pela vizinha Ruanda e pela República Democrática do Congo.
Acredita-se que Gustave tenha nascido nas décadas de 1950 ou 1960, em algum lugar ao longo do Rio Nilo. Quando ele era jovem, os especialistas acreditam que ele teria seguido os padrões de alimentação da maioria dos outros crocodilos, caçando peixes e mamíferos menores. No entanto, conforme a fera começou a crescer até seu tamanho notável, capturar presas menores e ágeis se tornaria impossível.
Gustave foi forçado a voltar sua atenção para presas maiores e mais lentas. No começo, ele comia búfalos e hipopótamos, antes de desenvolver um gosto por carne humana.
Pessoas teriam sido alvos fáceis para o monstro, já que os lagos e rios em que ele vivia eram, e são, destinos de pesca populares. Os moradores locais teriam alinhado as margens com suas varas na água, permitindo que um caçador inteligente soubesse exatamente onde estavam. Alguns relatos afirmam que Gustave começou a se aventurar até cidades e até vilas em busca de presas humanas, enquanto outros sugerem que o gosto do crocodilo por carne humana foi até mesmo encorajado pelos corpos de vítimas dos brutais genocídios de Burundi (1972/1993) e Ruanda (1994) sendo jogados no Lago Tanganikya.
Vários esforços foram feitos para capturar Gustave.
Gustave, gigantesco crocodilo africano – Foto: Reprodução
Em 2004, um documentário chamado "Catching the Killer Croc" foi ao ar na rede americana PBS, seguindo os esforços de uma vida inteira de um especialista em répteis francês chamado Patrice Faye para capturar a criatura.
Patrice, junto com uma equipe de cientistas e rastreadores locais, caçou Gustave por anos, na esperança de pegá-lo vivo.
O francês verificou pessoalmente dezenas de assassinatos brutais de Gustave durante os anos 90 e observou que muitas das vítimas do crocodilo não foram comidas depois de morrerem, sugerindo que o animal estava matando "por esporte".
Patrice construiu uma armadilha estilo gaiola de pouco menos de 10 metros para capturar o crocodilo, colocando carne e até animais vivos para atrair Gustave. Gustave não podia ser enganado, no entanto, e a equipe nunca chegou perto de capturar a fera. Em uma entrevista à BBC em 2002, Patrice descreveu seus esforços.
"Colocamos uma armadilha no Ruzizi (o rio local), colocamos isca dentro e passamos a noite inteira no rio com câmeras, mas foi um fracasso total. O crocodilo estava desfilando do lado de fora da gaiola, nos provocando, e não conseguimos pegá-lo".
Na semana anterior ao fim da missão, a tripulação de Patrice deixou uma cabra viva amarrada dentro da gaiola. Quando eles retornaram, a gaiola permaneceu fechada e a cabra havia sumido.
O último avistamento de Gustave se deu em 2015.
(Fonte: Extra)