Consumo de carne bovina volta a aumentar após alívio da inflação
14 de outubro de 2023O preço da proteína acumula queda de 11,55% neste ano, segundo o IPCA; filé-mignon e picanha estão entre os com maiores recuos
Carnes devem ter maior queda de preço desde 2018 – Foto: Divulgação
O consumo de carne bovina pelos brasileiros voltou a aumentar em 2023. De acordo com o boletim de outubro de oferta e demanda da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a disponibilidade per capita da proteína deve chegar a 31,4 quilos por habitante neste ano, após cinco anos de queda. A alta, de 11,3% em relação a 2022, retoma o volume do período pré-pandemia.
Entre os motivos para a alta do consumo em 2023 estão a maior oferta de carnes no mercado interno, a ligeira queda nas exportações e o alívio da inflação.
Enquanto o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de setembro registrou avanço de 0,26%, a carne teve queda pelo nono mês consecutivo, de 2,1%.
No acumulado de janeiro a setembro deste ano, o preço da carne bovina já caiu 11,55%, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A inflação oficial no período é de 3,5%.
Os cortes que mais recuaram foram o filé-mignon (-16,17), a alcatra (-14,58%), o fígado (-14,47%), o contrafilé (-13,85%) e a picanha (-13,53%), no acumulado deste ano.
“O aumento na quantidade de carnes produzidas no país é um dos fatores que sustentam a tendência de queda nos preços ao consumidor. Muito da deflação registrada vem da carne, que está mais barata para o consumidor”, afirmou o presidente da Conab, Edegar Pretto, em nota.
Para a Associação Brasileira de Supermercados (Abras), o consumo de proteínas foi favorecido pela maior oferta no mercado interno e pela melhora da renda dos consumidores.
“A estabilidade de renda combinada com a queda nos preços dos alimentos permitiu ao consumidor acrescentar mais itens na cesta de abastecimento dos lares e buscar itens de valor agregado, a exemplo da carne bovina”, analisa o vice-presidente da Abras, Marcio Milan.
Outras proteínas seguiram a tendência de queda registrada nos meses anteriores: frango congelado (-12614%) e carne de porco (-5,46), no acumulado de janeiro a setembro. Já os ovos registraram queda pelo segundo mês consecutivo, de 4,96%.
A queda do preço de cada corte
De janeiro a setembro de 2023, em %:
- carnes em geral: -11,55;
- fígado: -14,47;
- cupim: -4,82;
- contrafilé: -13,85;
- filé-mignon: -16,17;
- alcatra: -14,58;
- patinho: -11,30;
- lagarto redondo: -8,51;
- lagarto comum: -11,11;
- músculo: -10,09;
- pá: -12,53;
- acém: -12,61;
- peito: -9,25;
- capa de filé: -11,74;
- costela: -11,89;
- picanha: -13,53.
Fonte: IPCA de setembro
Somados os três principais tipos de proteína animal consumidos pelos brasileiros – a bovina, a suína e a de frango –, o consumo atingirá 102,6 quilos por habitante ao ano – o segundo maior índice já registrado, inferior apenas ao de 2013.
De acordo com os dados da Conab, nos últimos anos o consumo de carne bovina despencou no país. Em 2018, cada brasileiro comeu, em média, 35,5 quilos de carne.
No ano seguinte, o consumo médio foi de 32,2 quilos. Em 2020 e 2021, ficou estabilizado em um pouco mais de 29 quilos. E, no ano passado, recuou para 28,2 quilos por habitante.
(Fonte: R7)