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Compare a vacina de Oxford com a CoronaVac

17 de janeiro de 2021

Ambas serão produzidas no Brasil, a vacina de Oxford pela Fiocruz, no Rio, e a CoronaVac pelo Instituto Butantan, em São Paulo

RESUMINDO A NOTÍCIA

  • Imunizantes são 100% eficazes para evitar casos graves de covid-19
  • CoronaVac será produzida pelo Instituto Butantan e vacina de Oxford, pela Fiocruz
  • Elas podem ser conservadas em temperaturas normais de geladeira
  • Tecnologias usadas são diferentes

Compare a vacina de Oxford com a CoronaVacVoluntária recebe injeção durante os testes da CoronaVac, no Instituto Butantan – Foto: Amanda Perobelli/Reuters

A CoronaVac, desenvolvida pela empresa chinesa Sinovac, e a vacina de Oxford, pela Universidade de Oxford em parceria com a farmacêutica AstraZeneca, serão produzidas no Brasil. A primeira pelo Instituto Butantan, em São Paulo, e a segunda pela Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), no Rio de Janeiro. Veja, a seguir, as características de cada uma.

Eficácia e segurança

CoronaVac: sua eficácia é de 50,38%. A taxa significa que cerca de metade da população vacinada, caso venha a desenvolver a doença, terá apenas sintomas muito leves, que não precisam de atendimento médico. Além disso, o imunizante é 100% eficaz para impedir casos graves e moderados – aqueles necessitam de UTI e hospitalização. A porcentagem é de 78% para evitar casos leves, os que precisam de atendimento ambulatorial. O imunizante se mostrou seguro, com efeitos adversos mínimos e já esperados.

Vacina de Oxford: tem eficácia média de 70,4% para proteger contra a covid-19 e "perfil de segurança aceitável", de acordo com uma análise preliminar dos resultados da última fase de testes em humanos publicada na revista científica Lancet. A proteção foi de 62,1% para os voluntários que receberam duas doses completas do imunizante e subiu para 90% entre aqueles que receberam meia dose seguida de uma dose completa no intervalo de um mês. Nenhum dos voluntários imunizados apresentou quadro grave de covid-19.

Vantagens

CoronaVac:

- O ministro da Saúde, Eduardo Pazuello assinou um acordo com o Instituto Butantan para a compra de totalidade da produção da CoronaVac, que será usada em todo o Sistema Único de Saúde (SUS.

 - Conhecimento e confiabilidade: a ciência já trabalha há muito tempo com vacinas de vírus inativados, por isso já tem domínio sobre como produzi-las e não será surpreendida por eventuais problemas que venham a acontecer.

- Facilidade de armazenamento e distribuição, já que pode ser conservada em temperaturas de geladeiras comuns.

Vacina de Oxford:

- O Brasil já fechou acordo que garante doses importadas da vacina e também a transferência de tecnologia para a produção em território nacional. O governo federal deve receber 100 milhões de doses da vacina de Oxford até julho de 2021. Para o segundo semestre, estão previstas 160 milhões de doses produzidas pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

- Facilidade de armazenamento e distribuição, já que pode ser conservada em temperaturas de geladeiras comuns.

- Custo baixo no Brasil, que ficaria em torno de R$ 12 por dose. Em contrapartida, por exemplo, estimativas da Moderna apontam que o preço da dose deve ser em torno de R$ 170 e da Pfizer é de quase R$ 110.

Compare a vacina de Oxford com a CoronaVacVacina de Oxford usa a tecnologia de vetor viral não replicante – Foto: Gareth Fuller/Pa Wire/Pool Via Reuters

Desvantagens

CoronaVac:

- Fabricação é mais demorada e requer uma planta industrial mais equipada.

- Formulação não rende muito em doses por litro.

Vacina de Oxford:

- Compreender o mecanismo de imunização do produto a longo prazo, pois ainda não existe nenhuma vacina aprovada no mundo que utiliza a tecnologia de vetor viral não replicante.

- Maior intervalo de tempo para alcançar a proteção de 70%. "O tempo para ficar de fato imune seria um pouco maior do que o de outras vacinas, pois o intervalo entre as doses é de 3 meses. Então, para estar de fato imune, deve levar pelo menos mais duas a três semanas, sendo, portanto, um intervalo de 4 meses entre iniciar a vacinação e estar plenamente protegido", esclareceu infectologista Rosana Richtmann, do Instituto de Infectologia Emílio Ribas, em São Paulo.

Tecnologia usada

CoronaVac: vírus inativado. Isso significa que a vacina tem em sua composição o novo coronavírus morto a partir de processos físicos e químicos. Assim, o vírus não consegue se replicar, mas sua presença no organismo faz com que o sistema imunológico reaja. Essa técnica é tradicional, usada, por exemplo, nos imunizantes contra a gripe e hepatite A.

Vacina de Oxford: vetor viral não replicante. O imunizante utiliza um adenovírus que normalmente causa resfriado comum em chimpanzés e foi geneticamente modificado. Ele serve de veículo para levar fragmentos do novo coronavírus considerados importantes para ativar o sistema imune, dentre elas a proteína spike, que possibilita a entrada do vírus da covid-19 nas células.

Valedoitaúnas/Informações R7



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