Como vulcão do outro lado do mundo deixou céu do Brasil ‘instagramável’
11 de fevereiro de 2022Amanhecer em João Pessoa (PB) no domingo (6) – Foto: Twitter/@jampamilgr4u
Tem visto muitas fotos do pôr do sol ou do amanhecer no Instagram nos últimos dias? Tons de rosa e vermelho começaram a embelezar os céus em diversos lugares do país na última segunda-feira (7), como no Recife, em Natal e no interior do Rio Grande do Norte. Mas o que poucos sabem é que existe uma explicação científica por trás desses "céus instagramáveis".
O fenômeno tem nome: é a dispersão de Rayleigh, ou "Espalhamento Mie", que ocorre quando raios solares se espalham pela atmosfera em forma de poeira. E no caso dos céus coloridos desta semana por todo o Brasil, a culpa é de um vulcão do outro lado do mundo.
Mais precisamente, o grande responsável por esse fenômeno foi a erupção de um vulcão no oceano Pacífico, que ocorreu no dia 15 de janeiro próximo a Tonga, na Oceania, e colocou EUA, Japão, Equador e Chile em alerta.
A explosão provocou tsunamis que devastaram a região e ainda foi responsável por lançar bilhões de metros cúbicos de cinzas na estratosfera, a mais de 30 km de altitude. O único cabo submarino que levava internet à ilha de Tonga se rompeu com os tremores, e por isso a conexão com a internet pode permanecer cortada, inclusive, por várias semanas para as quase 100 mil pessoas que vivem no país.
Mesmo semanas depois da erupção, as nuvens de poeira formadas pelo vulcão atravessaram uma boa distância do globo e agora trazem novas cores aos céus brasileiros. Isso porque as cinzas vulcânicas contam com alta concentração de carbono e enxofre, que, associados a outros gases, formam moléculas que refletem tons vermelhos, laranjas e rosados quando cruzam com os raios de luz solar.
Valedoitaúnas (tilt/UOL)