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Como é a vida na ilha que pode sumir nos próximos anos com catástrofe climática

15 de janeiro de 2025

Reportagem do Fantástico mostra como o aquecimento global ameaça a existência de 63 comunidades do arquipélago Kuna Yala, onde a geografia paradisíaca se tornou também o maior risco à sobrevivência local

Como é a vida na ilha que pode sumir nos próximos anos com catástrofe climáticaParaíso indígena do Caribe vai ficar submerso em 25 anos – Foto: Reprodução

O aumento do nível do mar ameaça a existência de comunidades indígenas no arquipélago Kuna Yala, no Panamá.

A série "Refugiados do clima", do Fantástico, mostrou neste domingo último (12) que o arquipélago é formado por 365 ilhas e abriga 63 comunidades indígenas.

A região é conhecida por praias de areia branca e águas cristalinas e está na linha de frente dos impactos das mudanças climáticas.

Algumas ilhas têm apenas 50 centímetros de altitude e estão extremamente vulneráveis à elevação do nível do mar.

O aquecimento global impacta o nível dos oceanos e isso acontece de diversas formas. O planeta possui grandes concentrações de gelo em sua superfície, localizadas nos polos, na Groenlândia e nos glaciares das montanhas.

Quando esse gelo derrete, o volume de água nos oceanos aumenta. Além disso, o aquecimento das águas também contribui para o aumento do nível do mar, pois a elevação da temperatura faz com que a água se expanda, ocupando mais espaço no planeta.

Comunidades resistem

Os moradores da ilha sabem que o nível do mar está subindo, mas muitos optam por permanecer na região, pois foi ali que construíram suas vidas.

Os Kuna Yala estão na região há mais de dois séculos. Historicamente deslocados do continente por doenças e pela colonização europeia, eles construíram a comunidade em harmonia com o meio ambiente.

No entanto, a geografia que torna o local um paraíso é também a maior ameaça à sua sobrevivência.

De acordo com o governo panamenho, o avanço do mar está tornando algumas ilhas inabitáveis. Mesmo assim, muitos moradores, como Roselina López, de 40 anos, resistem à ideia de abandonar suas terras.

"Já estamos acostumados. Sempre houve marés altas, mas seguimos vivendo normalmente", diz ela ao Fantástico.

Gardi Sugdub é uma das ilhas do arquipélago e foi a primeira a passar por um programa de evacuação do governo.

A superlotação e as dificuldades de infraestrutura levaram 300 famílias a se mudarem para uma área no continente conhecida como Nova Gardi Sugdub. No entanto, esse programa de remoção levanta preocupações sobre a preservação da cultura indígena.

"Seguimos compartilhando nossa cultura, mesmo em outro lugar. Mudamos de casa, mas somos a cultura", afirma um dos líderes da comunidade.

O governo do Panamá garantiu um investimento de US$ 13 milhões para saneamento básico, uma escola e energia elétrica, que costuma acabar à noite. Também tem uma unidade saúde que, agora, lida com casos de malária.

Para os moradores de Kuna Yala, a solução contra as mudanças climáticas tem sido buscar alternativas, como aterrar partes das ilhas com areia e pedras. Ainda assim, muitos temem que as adaptações não sejam suficientes para conter a força do oceano.

(Fonte:  g1)



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