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Como as cidades com mais idosos no Brasil lidam com o coronavírus

21 de março de 2020

Preocupação com o avanço da pandemia da Covid-19 é ainda maior em cidades como Santos e Niterói, onde já morreu um idoso com a doença

Como as cidades com mais idosos no Brasil lidam com o coronavírusFoto: Divulgação

Os riscos de agravamento do quadro em infectados pelo coronavírus aumentam em pessoas mais velhas. Para proteger esse grupo de risco, as autoridades estão tomando cuidados extras, como a recomendação explícita de isolamento para quem tem mais de 60 anos. Cuidados que ganham ainda mais importância em cidades com mais idosos do que a média, como Santos e São Caetano do Sul, em São Paulo, e Niterói, no Rio, que já registrou uma morte de idoso com Covid-19.

Em relação a países como a Itália, o Brasil tem a vantagem de ser mais jovem, em média. Mas ainda assim o governo precisa se planejar para lidar com um universo de 30 milhões de brasileiros com mais de 60 anos.

São pouco mais de 14% dos brasileiros, enquanto na Itália a taxa chega a 22% da população. Algumas cidades brasileiras, porém, têm porcentagem de idosos maior do que a italiana.

Na gaúcha Nova Petrópolis, por exemplo, que tem 22 mil habitantes e fica a 90 km da capital, Porto Alegre, metade da população recebe algum benefício do INSS, como aposentadoria ou pensão.

A cidade decretou estado de calamidade pública na sexta (20/03), fechando tudo o que não é serviço essencial, inclusive o Centro de Tradições Gaúchas (CTG), e proibiu eventos públicos. Até velórios estão restritos e visitas a lares de idosos foram suspensas. Pelas redes sociais, o prefeito, Regis Luiz Hahn, fez um apelo aos cidadãos: “Se não for absolutamente necessário, fique em casa, não saia”.

Hospital arrendado

Em Niterói, onde vivem 96 mil pessoas com mais de 60 anos – de uma população de 496 mil – um homem de 69 anos morreu infectado pelo coronavírus.

Há outros 10 casos confirmados na cidade, que também está completamente fechada, com isolamentos ainda mais restritos do que os decretados para o estado pelo governador, Wilson Witzel (PSC).

Para se preparar para o avanço da pandemia, a prefeitura de Niterói acaba de arrendar um hospital abandonado, com capacidade para 140 leitos, com o intuito de usá-lo, exclusivamente, para pacientes com coronavírus.

Na maioria das vezes, o novo coronavírus se manifesta com um quadro semelhante ao de uma gripe, mas, a partir dos 50 anos, o agente infeccioso pode causar síndrome respiratória grave. Para os que têm mais de 70, a vulnerabilidade é ainda maior.

Ameaça de greve

Em Santos, o risco que correm os trabalhadores com mais idade está entre os argumentos dos filiados do Sindicato dos Estivadores, que querem entrar em greve se o maior porto do país não fechar. Os estivadores estão com medo de trabalhar dentro nos navios, apesar de medidas de segurança que já foram adotadas.

A cidade do litoral paulista tem quase 100 mil idosos entre seus 433 mil habitantes e também toma cuidados especiais para proteger essa população.

A Baixada Santista somava, até a noite de sexta (20/03), 358 casos suspeitos de coronavírus, 14 dos quais internados, incluindo até crianças.

Pagode lacrado

Em São Caetano do Sul, na grande São Paulo, onde vivem 33 mil idosos numa população de 160 mil, as pessoas não parecem tão preocupadas assim. Na última terça (17/03), antes da decretação do fechamento do comércio, quando havia restrições mais brandas, a prefeitura teve de lacrar um bar que realizou um show de pagode que concentrou grande quantidade de pessoas.

Como as cidades com mais idosos no Brasil lidam com o coronavírusShow de pagode em São Caetano do Sul – Foto: Reprodução/Redes Sociais

Valedoitaunas/Informações Metrópoles



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