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Comércio projeta promoções de 'geladeiras gastonas' após padrão do governo mudar e afetar preços

20 de dezembro de 2023

Norma do Ministério de Minas e Energia determina melhora da eficiência energética, o que elevará valor médio para R$ 4.000

Comércio projeta promoções de 'geladeiras gastonas' após padrão do governo mudar e afetar preçosGeladeiras terão preço mínimo de R$ 4.000 – Foto: Edu Garcia/R7

Até o fim do estoque das geladeiras mais baratas do mercado brasileiro, uma nova exigência imposta pelo governo vai provocar promoções dos "aparelhos mais gastões" nas lojas a partir do ano que vem. É o que prevê o Instituto Brasileiro de Executivos de Varejo e Mercado de Consumo (Ibevar).

Uma nova determinação do Ministério de Minas e Energia, que passa a valer em 31 de dezembro, exige que os refrigeradores tenham eficiência energética de, ao menos, 85,5%. A partir de 2025, a régua sobe um pouco mais, e a indústria precisará adequar as geladeiras para 90% de eficiência.

A troca de padrão elevará o preço mínimo do aparelho para R$ 4.000, conforme previsão da Associação Nacional dos Fabricantes de Produtos Eletroeletrônicos (Eletros).

Com isso, as lojas que possuem aparelhos em estoque terão o prazo de dois anos para vender os itens que não atendem à nova regra. Ao R7, o presidente do Ibevar e professor da FIA Business School, Claudio Felisoni, garantiu que a única saída para o comércio é criar promoções, a fim de desovar os aparelhos armazenados.

"A lei tem que ser respeitada. Vão tentar liquidar os estoques reduzindo progressivamente os preços", declara.

A reportagem procurou grandes redes do varejo – como Magazine Luiza e Casas Bahia – para comentar o assunto, mas elas não se posicionaram sobre a medida anunciada no final de novembro. 

Felisoni adverte que, "embora haja um tempo de ajuste, os preços serão substancialmente elevados, afetando as faixas de renda com menor poder aquisitivo". Isso porque a medida restringirá a quantidade de geladeiras oferecidas pelo mercado, segundo a Eletros.

Dessa forma, oito de cada dez aparelhos (83%) não poderão mais ser vendidos. Apenas os itens de alto padrão, com preço mínimo entre R$ 4.000 e R$ 5.000, estarão disponíveis nas lojas. Atualmente, o valor de entrada dos refrigeradores varia em torno de R$ 2.000.

"É necessário considerar a realidade brasileira. Infelizmente, com as novas regras, o consumidor de baixa renda será o mais prejudicado e, consequentemente, a indústria e seus colaboradores [também serão]. Desinvestimentos e perda de centenas de postos de trabalho podem ocorrer nos próximos meses. Apresentamos ao governo estudos técnicos mostrando esse cenário ruim para a economia do país; porém, infelizmente, não foram considerados", explicou o diretor da associação, Renato Alves.

A reportagem solicitou posicionamento do Ministério de Minas e Energia nesta segunda-feira (18) e aguarda retorno. O espaço será atualizado se houver resposta.

Eficiência energética

Algumas entidades que defendem a eficiência energética dos eletrodomésticos no Brasil, como a Rede Kigali, elogiaram a medida. O grupo afirma que o consumidor "passará a ter acesso a aparelhos que consomem menos energia e ajudam a reduzir o valor da conta de luz".

Segundo estudo da instituição, a nova exigência trará economia de R$ 174 a R$ 822 na tarifa de energia ao longo da vida útil das geladeiras, que duram uma média de dez anos.

(Fonte: R7)



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