Com Lira, Centrão aguarda Ministério da Cidadania: Favorito é deputado da Bahia
02 de fevereiro de 2021Grupo que apoiou nome defendido por Bolsonaro para a presidência da Câmara também cobra os ministérios da Saúde e da Educação, além da recriação do Ministério da Indústria
Lira, em pé, com papéis na mão, comemora a vitória antes assumir o lugar do até então presidente Rodrigo Maia (sentado), na segunda (1º) – Foto: Dida Sampaio/Estadão Conteúdo
Com a vitória do deputado federal Arthur Lira (PP-AL) na eleição para presidência da Câmara dos Deputados, o Centrão começa agora a cobrar a fatura por ajudar a eleger o candidato que foi apoiado pelo Palácio do Planalto.
A primeira promessa do Planalto ao Centrão é entregar o Ministério da Cidadania ao Republicanos, partido da base de Lira. O favorito para o posto é o deputado federal Marcio Marinho, da Bahia.
Com a dança das cadeiras, Onyx Lorenzoni, hoje na Cidadania, deve migrar para a Secretaria-Geral da Presidência da República, que fica no Palácio do Planalto.
Apesar da derrota de Baleia Rossi (MDB-SP), o governo vai trabalhar para atrair deputados que votaram no parlamentar. O Planalto tem boa relação com Baleia Rossi, candidato derrotado apoiado pelo ex-presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ).
O governo também não quer que os eleitos para presidência do Senado e da Câmara negociem diretamente as pautas com o ministro da Economia, Paulo Guedes. Assessores de Bolsonaro avaliam que a falta de intermediários entre Maia e Guedes atrapalhou o andamento da pauta econômica, pois auxiliares políticos podem “filtrar” as discussões e exigências de lado a lado.
O líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR), disse ao blog nesta terça-feira (1º) que a prioridade do governo, agora, é a votação do Orçamento de 2021 e a agenda de reformas.
Barros disse que o Auxílio Emergencial vai ser discutido dentro do orçamento.
“Vamos ver uma solução, se a gente amplia o Bolsa Família. O auxílio pressupõe um cheque em branco, não tem limite para gastar e não temos mais a prerrogativa dentro de um decreto de calamidade. Temos que ver o que cabe no orçamento”, afirmou Barros
Ala política do governo apoia ida de Collor para o Itamaraty
Sobre uma reforma ministerial agora, o líder do governo diz que não vê ambiente para isso “mas que pode ocorrer” – a não ser a troca de Onyx para a Secretaria-Geral.
Nos bastidores, os partidos do Centrão cobram, além da Cidadania, o Ministério da Saúde, o Ministério da Indústria – que teria de ser recriado – e até o Ministério da Educação.
Mas, para tentar diminuir o desgaste de Bolsonaro junto à sua base mais radical, com acusações de que o presidente cedeu ao "toma lá, dá cá", assessores defendem que ele faça trocas espaçadas nos ministérios, a conta-gotas.
No Itamaraty, a ala política do governo defende a troca de Ernesto Araújo para um político, como o nome do senador Fernando Collor (PROS-AL).
Valedoitaúnas/Informações G1