Com alvo no ES, PF mira em grupo que desviou mais de R$ 6 bilhões para a China
26 de novembro de 2024Investigação apontou um sistema bancário paralelo que funcionava ilegalmente dentro e fora do Brasil
Foto: Divulgação/Polícia Federal
A Polícia Federal deflagrou na manhã desta terça-feira (26) uma operação que mira em uma organização criminosa responsável por crimes financeiros, como evasão de divisas e lavagem de dinheiro.
O grupo, segundo a investigação, teria movimentado mais de R$ 6 bilhões nos últimos cinco anos. Em 2024, somente, o montante movimentado chegou a R$ 800 milhões. Hong Kong e China eram os principais destinos do dinheiro.
Um dos alvos da Operação Tai-Pan está Vila Velha, no Espírito Santo, onde foi cumprido um mandado de busca e apreensão. Ao todo, são cumpridos 16 mandados de prisão preventiva e 41 de busca e apreensão em 12 cidades brasileiras e em localidades internacionais.
A investigação, iniciada em 2022, apontou um sistema bancário paralelo que funcionava ilegalmente dentro e fora do Brasil, abrangendo transações em países como Estados Unidos, Canadá, China, Hong Kong, Panamá e Turquia.
A Justiça Federal determinou o bloqueio de bens e valores estimados em mais de R$ 10 bilhões, atingindo mais de 200 pessoas jurídicas suspeitas de envolvimento no esquema.
Confira as localidades de cumprimento de mandados:
- Campinas/SP
- Cajamar/SP
- São Paulo/SP
- Guarulhos/SP
- Itaquaquecetuba/SP
- Foz do Iguaçu/PR
- Vila Velha/ES
- Florianópolis/SC
- São José/SC
- Feira de Santana/BA
- Fortaleza/CE
- Brasília/DF
Exterior
De acordo com a PF, a organização criminosa utilizava contas bancárias e empresas de fachada para movimentar recursos ilícitos entre o Brasil e o exterior.
Os dados da investigação indicam que o sistema atendia diversos grupos criminosos, incluindo redes de tráfico de drogas, armas e contrabando. O grupo investigado operava com a colaboração de dezenas de pessoas, incluindo estrangeiros, brasileiros, policiais militares e civis, gerentes de bancos e contadores.
O objetivo era criar uma estrutura capaz de movimentar grandes volumes de dinheiro sem chamar atenção das autoridades financeiras. Nos últimos anos, os envolvidos movimentaram aproximadamente R$ 120 bilhões por meio do esquema.
Entre as medidas adotadas, a Justiça Federal autorizou o bloqueio de bens e valores superiores a R$ 10 bilhões.
Os investigados podem responder pelos crimes organização criminosa, ocultação de capitais (lavagem de dinheiro), evasão de divisas, entre outros crimes apontados na investigação.
(Fonte: Folha Vitória)