Cobertura no Leblon (RJ) é vendida por R$ 42 milhões
28 de junho de 2022O valor da venda da cobertura duplex de 501,56 m² chamou atenção: o que leva um imóvel a custar tão caro? Ainda em construção, o prédio já teve 80% dos apartamentos comprados
Mesmo ainda em construção, 80% dos apartamentos já foram comprados – Foto: Divulgação/Gafisa
Uma cobertura no Leblon, Zona Sul do Rio, foi vendida por R$ 42 milhões. O imóvel faz parte de um prédio de seis andares, onde estava a última casa da orla da praia. Mesmo ainda em construção, 80% dos apartamentos já foram comprados.
As obras do residencial começaram em março, com entrega prevista para o primeiro semestre de 2024. O valor da venda da cobertura duplex de 501,56 m² chamou atenção: o que leva um imóvel a custar tão caro?
“O fato de ser o último terreno da orla da Delfim Moreira, uma região supercobiçada, já é, por si só, um grande diferencial, uma vez que possibilita a construção de um projeto novo, moderno e atual”, respondeu Elcilio Britto, diretor-presidente da Lopes Rio, imobiliária responsável pela venda.
A escassez de imóveis desse tipo à venda na região teria influenciado o preço da cobertura, definida como um “empreendimento único”. O diretor-presidente destacou que venda era destinada a um público exigente: “atento ao que há de mais atual em termos de arquitetura de design e que busca exclusividade”. A imobiliária foi a primeira a ter acesso ao imóvel.
O projeto do TOM Delfim Moreira foi desenvolvido pela Gensler, um escritório internacional de arquitetura. Entre os diferenciais prometidos pela construtora Gafisa está o design, com linhas arredondas e cores para integrar a paisagem. A construtora, porém, não confirma nem comenta o valor da venda.
As varandas, por exemplo, são curvas para lembrar as ondas do mar, e sem estruturas metálicas para ter uma vista privilegiada da praia e iluminação natural. A sensação que pretendem passar é de "que o oceano está dentro dos apartamentos".
Prédio como galeria de artes
O condomínio vai trazer obras de artistas brasileiros. Segundo a Gafisa, o lobby do prédio foi concebido como uma galeria de artes. Terá uma escultura do artista plástico Ernesto Neto e um quadro do artista Vik Muniz.
A parede dos fundos do edifício contará com uma obra exclusiva dos Irmãos Campana. Já a calçada em frente ao condomínio terá uma escultura da artista plástica mineira Iole de Freitas.
Tecnologia e sustentabilidade
O prédio tem a premissa de trazer sustentabilidade, automação, segurança e tecnologia. As fechaduras, por exemplo, são eletrônicas, com senha, biometria e cartão de acesso.
Também há um sistema de automação predial para controle de bombas de serviço e iluminação. Já os elevadores têm sistema regenerativo de energia.
Plantas flexíveis
Plantas originalmente contam com quatro suítes – Foto: Divulgação/Gafisa
A construtora oferece plantas flexíveis para que cada apartamento seja único, um por andar. Os compradores vão poder personalizar a planta e os acabamento do seu imóvel. Originalmente, são quatro suítes, mas o projeto pode ser alterado.
O apartamento do primeiro andar, por exemplo, vai ter um terraço diferenciado, totalizando 315,60 m², enquanto os outros vão ter 283,96 m². A customização é possível porque os pilares de sustentação foram feitos nas extremidades do edifício apenas.
Planta do duplex na Praia do Leblon – Foto: Reprodução
Áreas diversas
- O térreo do edifício terá:
- Academia;
- Sala de reunião exclusiva para os moradores;
- Sala para motoristas com copa;
- Espaço para guarda de pranchas e bicicletas;
- Guarita para o segurança;
- Área de recebimento de encomendas.
Nesses casos, todo os processos de antes e depois da venda valem muito. A imobiliária contou que o atendimento diferenciado foi decisivo na divulgação de um projeto de alto valor agregado. A Lopes está há mais de oito décadas no mercado.
Já a Gafisa vai atender os clientes em uma loja conceito no local do condomínio a partir de setembro. O espaço vai ter uma "arquitetura limpa", "de forma inovadora e tecnológica" e será reutilizável, podendo ser desmontado e remontado em outro local. A construtora existe há 67 anos e é segunda vez em que faz um projeto no Rio de Janeiro, voltado a um "público premium".
Segundo levantamento do QuintoAndar, o Leblon é o segundo bairro com o metro quadrado mais caro para se alugar no Rio. Enquanto a média na cidade para locação é de R$ 31,56/m², a do Leblon é R$ 53,1/m² – atrás só de Ipanema: R$ 54,9/m².
Valedoitaúnas (g1)