China critica saída dos EUA da OMS, oficializada por Trump
08 de julho de 2020Governo chinês afirma que medida terá implicações graves para países em desenvolvimento e pede que outros países ampliem apoio à organização
Trump oficializa saída de EUA da Organização Mundial da Saúde – Foto: EPA
A China criticou a planejada saída dos Estados Unidos da Organização Mundial da Saúde (OMS), afirmando nesta quarta-feira (8) que a medida terá implicações graves para países em desenvolvimento.
Pequim está fazendo um apelo à comunidade internacional para ampliar o apoio à OMS, disse o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Zhao Lijian, a jornalistas em um briefing diário.
A Organização das Nações Unidas (ONU) disse na terça-feira (7) que os EUA deixarão a OMS em 6 de julho de 2021, depois de receber uma notificação da decisão do presidente norte-americano, Donald Trump, que acusa a agência de ser uma marionete da China durante a pandemia de coronavírus.
Entenda o caso:
Ao fazer o movimento, Trump notificou o Congresso, que precisará dar sua anuência nas diversas fases de desligamento entre o país e a organização multilateral. Uma resolução aprovada pelos congressistas americanos em 1948 permite a retirada dos Estados Unidos da OMS, mas determina que o procedimento deverá levar pelo menos um ano. Os americanos também terão que pagar uma série de taxas pela renúncia à posição, que só aconteceria definitivamente em julho de 2021.
Disputa com a China
Os Estados Unidos são hoje o maior financiador da OMS, responsáveis por cerca de 15% de todo o orçamento anual do órgão. Apenas em 2019, o governo americano repassou US$ 400 milhões ao órgão.
No entanto, desde março, o presidente americano passou a atacar a OMS e suas ações para combater a epidemia. Trump acusa a instituição de ter acobertado a falta de transparência dos chineses em relação ao vírus, o que teria levado ao espalhamento planetário do SARS-CoV2.
A China se tornou nos últimos anos o principal adversário dos americanos na arena internacional. Para Trump, ao atirar na OMS, ele acerta a China e, com isso, pode ganhar pontos com seu eleitorado conservador, pouco simpático aos chineses.
Valedoitaúnas/Informações R7/Negócios