Home - Geral - Casal espera há 25 anos por indenização de jogo da...

Casal espera há 25 anos por indenização de jogo da Mega não registrado

03 de janeiro de 2025

Casal acertou aposta na Mega-Sena em 1999, mas lotérica não registrou. Caso repercute após mulher reivindicar prêmio da Mega da Virada

Casal espera há 25 anos por indenização de jogo da Mega não registradoFoto: Divulgação/Agência Brasil

Um casal de Campo Grande, no Mato Grosso do Sul, espera há mais de 25 anos por indenização de lotérica que não registrou jogo vencedor da Mega-Sena em 1999.

Eles haviam comprado meia cota do bolão do concurso 171 da loteria em uma casa lotérica na cidade, mas a funcionária não efetivou regularmente a aposta no sistema da Caixa Econômica Federal.

O tema voltou a repercutir após uma mulher afirmar, nessa quarta-feira (1º/1), que acertou os seis números da Mega da Virada, mas a operadora da casa lotérica onde fez o jogo, no Jabaquara, zona sul de São Paulo, não teria registrado a aposta. O caso foi revelado pelo Metrópoles.

O casal que fez a aposta em Campo Grande deveria receber R$ 675.356,57 em 1999. Após o erro que impediu a premiação, eles entraram na Justiça. O processo transitou pelo Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TRF-3) e acabou no Supremo Tribunal Federal (STF).

A ação transitou em julgado no STF em agosto de 2023, após decisão da ex-ministra Rosa Weber, então presidente do Supremo.

O TRF-3 fixou uma indenização de R$ 25 mil por danos morais e em R$ 675.356,57 por danos materiais, valor correspondente ao prêmio que o casal receberia caso a aposta tivesse sido registrada.

O STF, por sua vez, retirou a responsabilidade da Caixa em pagar pela ação, pois “não há nexo de causalidade entre a conduta da funcionária da casa lotérica central, que deixou de efetuar a aposta, e a instituição bancária”, afirmou Weber na decisão.

No entanto, o homem e a mulher ainda não receberam o valor da indenização. De acordo com a advogada Catarina Monteiro, uma das defensoras do casal, o valor definido pela Justiça ainda passará por uma atualização. “Será feita essa liquidação dos valores de indenizações considerando juros, correção, honorários e tempo que já passou”, disse.

A reportagem procurou a mulher que fez a aposta em 1999, mas ela não quis se manifestar.

Mulher reivindica prêmio da Mega da Virada

Casal espera há 25 anos por indenização de jogo da Mega não registradoFoto: Divulgação

O Metrópoles mostrou nesta semana o caso de Elza Jesus Almeida, 64 anos, que diz ter acertado os seis números da última Mega da Virada, mas alega não ter tido o jogo registrado pela operadora da casa lotérica.

Elza conta ter recebido os comprovantes de aposta, mas que não checou se a quantidade de jogos batia. Já em casa, quando viu que os números sorteados foram os mesmos que tinha escolhido em um dos jogos, acreditou ter vencido a Mega da Virada. Os números sorteados foram: 01 – 17 – 19 – 29 – 50 – 57.

Foi um dos filhos de Elza que a avisou sobre o erro no registro do jogo. Ele pediu para ver o comprovante da aposta e percebeu que lá constavam apenas os primeiros dois jogos do canhoto, e não o terceiro, com os seis números sorteados.

Ela acredita que a operadora da casa lotérica errou ao não registrar os três jogos. No entanto, ela também admite ter falhado ao não verificar os comprovantes. Frustrada com o ocorrido, a mulher procurou a polícia e a casa lotérica.

A Caixa se manifestou sobre o caso, afirmando que o recibo emitido pelo terminal de apostas é o único documento que comprova o registro da aposta e habilita ao recebimento de prêmios.

Opinião legal sobre o caso

Segundo Catarina, advogada, para que a apostadora tenha êxito, será necessário demonstrar que entregou o jogo premiado à funcionária da lotérica e que a falha no registro foi por culpa exclusiva da funcionária.

“Embora o Código de Defesa do Consumidor (CDC) permita a inversão do ônus da prova (art. 6º, VIII), a apostadora deve apresentar indícios mínimos, como testemunhas ou imagens que comprovem a entrega do jogo”, disse.

Ela reforça que o recibo impresso pelo terminal é o único documento que comprova a efetivação da aposta, e afirma ainda que é responsabilidade do apostador conferir se o recibo reflete os prognósticos escolhidos.

“Sem essa conferência, a comprovação da falha pode ser dificultada”, destacou.

“Sem a comprovação inicial de que houve a entrega e a falha da lotérica, será difícil caracterizar o nexo causal entre a conduta da funcionária e o prejuízo alegado”, finalizou a advogada.

(Fonte: Metrópoles)



banner
banner