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Casagrande se reúne com ministros do STF para discutir redistribuição dos royalties

03 de março de 2020

Governador teme que o ES perca receita com uma eventual mudança nas regras de distribuição dos recursos. Julgamento no Supremo está marcado para abril

Casagrande se reúne com ministros do STF para discutir redistribuição dos royaltiesFoto: Divulgação/CNJ

O governador do Espírito Santo, Renato Casagrande, se reuniu, nesta terça-feira (3), com ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), em Brasília, para discutir sobre possíveis mudanças na regra de distribuição dos royalties de petróleo para Estados e municípios. O julgamento do STF sobre essa questão está marcado para abril.

Casagrande teme que o Espírito Santo perca receita com uma eventual mudança nessas regras. Por isso, o governador esteve com vários ministros durante o dia, como Ricardo Lewandowiski, Alexandre de Moraes, Luís Roberto Barroso, Gilmar Mendes, Dias Toffoli e Carmen Lúcia.

O objetivo foi tentar convencê-los a votarem contra a chamada Lei dos Royalties, que prevê a redistribuição dos royalties de petróleo entre os estados brasileiros. A legislação determina que estados e municípios não produtores de petróleo recebam uma fatia maior desse dinheiro, o que, consequentemente, diminui o repasse aos locais onde há exploração de petróleo – como é o caso do Espírito Santo.

>> “Decisão pode desorganizar o ES”, diz Casagrande sobre redistribuição dos royalties de petróleo

Segundo Casagrande, que já havia tido uma reunião no mês passado com o presidente do STF, ministro Dias Toffoli, sobre o assunto, há uma preocupação especial com possíveis mudanças nos contratos já assinados, o que poderá acarretar em grandes perdas para o Estado.

“Estamos lutando para preservar a receita para o Estado do Espírito Santo, especialmente daqueles contratos que já foram assinados. Estamos buscando um acordo que está intermediado pelo ministro presidente Dias Toffoli, mas, ao mesmo tempo, estamos defendendo aqui a nossa tese com os ministros. Nós queremos preservar os contratos e queremos um tratamento diferenciado aos estados e municípios produtores. Por isso, a minha ida de novo a cada ministro, entregando o memorial e fazendo o convencimento e a explicação aos ministros”, afirmou o governador.

De acordo com Casagrande, caso haja mudança nos contratos já assinados em relação às áreas de exploração do petróleo, o Espírito Santo pode perder R$ 1,2 bilhão por ano.

“Isso só o Governo do Estado, não estou falando dos governos municipais. Isso é basicamente todo o investimento em infraestrutura nossa, de recursos próprios e recursos de financiamento. Então é um prejuízo muito grande”, ressaltou o governador, em entrevista para a rádio Jovem Pan News Vitória, nesta segunda-feira (2).

Entenda o caso

Em 2012, a então presidente Dilma Rousseff (PT) sancionou uma lei que aumentava os recursos dos royalties do petróleo para estados não produtores e, consequetemente, diminuía os ganhos dos produtores. Estados como o Espírito Santo, Rio de Janeiro e São Paulo recorreram ao Supremo para tentar derrubar a nova forma de divisão.

Em 2013, a ministra Carmen Lúcia analisou o caso e suspendeu os efeitos da lei, fazendo com que os Estados produtores continuassem recebendo a fatia que sempre tiveram direito. No mês que vem, o STF deve analisar a situação de forma definitiva.

Valedoitaunas/Informações Folha Vitória



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