Casagrande acerta em cheio em ações contra a covid-19, aponta pesquisa
01 de abril de 2020Levantamento realizado pela FlexConsult mostra que população aprova rapidez na tomada de decisões e alinhamento do governador à equipe técnica
Foto: Reprodução
Se por um lado a população rejeitou a conduta do presidente Jair Bolsonaro durante esse início de crise do Coronavírus no Estado, por outro, o governador Renato Casagrande acertou em cheio, segundo a pesquisa qualitativa FlexConsult realizada entre os dias 28 e 31 de março. A maioria dos participantes apontou que o governo do Estado agiu de forma imediata, alinhada com a equipe técnica, e isso foi positivo, principalmente em comparação com a Itália, onde entrevistados afirmam que autoridades demoraram a agir.
As ações do governo estadual e dos governadores do País, que ignoraram as falas de Bolsonaro e seguiram as orientações da Organização Mundial da Saúde foram aprovadas. Principalmente porque a grande maioria de participantes da pesquisa disse que “tem muito medo de pegar essa gripezinha”.
Para os entrevistados, Casagrande foi firme: “nunca eu vi o Casagrande se mexer tão rápido e bancar a posição. Nessa, foi ponto positivo para ele”, disseram.
"Essa posição do governador foi extremamente acertada, de acordo com o que a gente consegue perceber na pesquisa. Ele vinha com um governo morno, segundo avaliação dos entrevistados, demorando a realizar ações, mas com a postura durante a crise do Corona ele reverteu a imagem. O principal mérito é ter colado na equipe técnica e tomar decisões baseadas na ciência", disse o responsável técnico pela pesquisa, Fernando Pignaton.
No entanto, a pesquisa aponta que, entre todos os participantes, existe muita preocupação com a situação econômica do País. E uma minoria é contrária às ações de isolamento social. Para eles, vai ocorrer certamente quebradeira de empresas.
De modo geral, a grande maioria dos participantes aponta que “a vida das pessoas vale mais”, mas concordam que a questão do desemprego e a queda de renda das famílias, associados ao confinamento, pode “gerar outros problemas de saúde, como a depressão”. Por isso, além de fortalecer a rede de saúde para atender as vítimas do coronavírus, eles opinam que é importante ficar atento aos problemas que não estão muito distantes e que afetarão a população.
Para essa maioria dos participantes, o governo do Estado deveria "pegar mais pesado" e impedir as pessoas de frequentar estabelecimentos como restaurantes e bares de praias, "porque ainda tem gente que insiste em ir para esses lugares”.
Os entrevistados também disseram que a Polícia Militar e os Bombeiros devem estar ou continuar envolvidos na prevenção educativa. Elogiaram sobretudo os bombeiros e os profissionais da saúde.
Outro ponto apontado pelos participantes é em relação à duração da crise do coronavírus. Para a eles, o problema deve ir até o meio do ano, o que causará impacto na saúde, sobretudo "se não começarem a levar mais a sério o isolamento". Com relação à economia, acreditam que existe grande probabilidade de se estender para 2021 e 2022.
Quanto a questão da renda e da minimização da situação da economia, os participantes apontam que o governo deve postergar o vencimento de contas de água e luz, além de fazer com que empresas de energia e de água não cobrem do consumidor tudo de uma vez, "porque aí, em vez de ajudar vai atrapalhar mais”.
Esta é a primeira vez que uma pesquisa qualitativa de crise é aberta para a publicação no Estado, de acordo com o cientista político Fernando Pignaton. Foram recrutados, no período de 28 a 31 de março, 60 participantes pertencentes ao cadastro de recrutados em outras pesquisas qualitativas e abordados por telefone e internet nas principais cidades da Grande Vitória e 15 participantes em cidades-polos de cada uma das regiões Sul, Norte, Noroeste e Central Montanhosa do Estado, totalizando 120 participantes.
Valedoitaunas/Informações Folha Vitória