Capitão da PM entra na disputa ao Palácio Anchieta
24 de abril de 2022Capitão Sousa deve se filiar ao PSTU para a disputa ao governo – Foto: Divulgação
O capitão da PM Vinicius Sousa, anunciou sua pré-candidatura ao governo do Estado pelo PSTU – partido de esquerda que deve se filiar em breve, já que a lei eleitoral não permite a policiais da ativa terem filiação partidária.
Capitão Sousa é membro do grupo Policiais Antifascismo e responde a ações na Corporação por ter participado de manifestações nas ruas (à paisana e em seu período de folga) contra o governo federal. Ele responde a dois PADs (processo administrativo disciplinar), sendo que o segundo é por ter dado entrevista comentando o primeiro, e também a dois IPMs (inquérito policial militar).
Em 2020, Sousa também participou das eleições municipais. Ele se filiou à Rede e foi candidato a vice-prefeito de Cachoeiro, na chapa com a petista Joana D’Arck. Dos 12 candidatos que disputaram, a chapa de Joana e Capitão Sousa ficou em sétimo lugar, com 2,16% dos votos.
“Com sua candidatura, o capitão pretende denunciar o atual sistema político que serve aos ricos, exploradores das classes trabalhadoras, e explicar que apenas com a mobilização e organização populares teremos mudanças reais na política e assim garantir dignidade humana e qualidade de vida à toda a população”, diz trecho da carta à sociedade sobre a pré-candidatura de Sousa, assinada pelo PSTU e pelo Polo Socialista Revolucionário.
“Revolução brasileira”
Questionado sobre qual seria sua principal bandeira de campanha, Capitão Sousa fez coro à carta: “A eleição por si só não resolve. Esse sistema político é um cadáver em praça pública e todos nós do povo temos consciência disso. O Estado não serve ao povo, serve aos que há séculos exploram e roubam nossos recursos, riquezas e meios de produção, gerando desemprego, miséria e barbárie. E essa falsa ‘democracia’ é para muito poucos, a riqueza não fica com quem produz, e nós não temos que aceitar nada disso”, disse Sousa.
Disse ainda que a “verdadeira democracia” só poderia ser conduzida pelos trabalhadores. “A classe trabalhadora é a única que gera riqueza, portanto a única capaz de promover uma ruptura, e de conduzir a uma democracia verdadeira, popular, baseada em conselhos populares de comunidades e trabalhadores, iniciando o processo da Revolução Brasileira. Isso requer consciência crítica, organização e mobilização, e é nesse sentido que trabalhamos”, afirmou.
Além de Sousa, outros oito pré-candidatos ao governo já estão na área, embora nem todos ainda tenham sido formalizados. São eles: o deputado federal Felipe Rigoni (União), o senador Fabiano Contarato (PT), o presidente da Assembleia Erick Musso (Republicanos), o ex-deputado Carlos Manato (PL), o ex-prefeito Audifax Barcelos (Rede), o professor Aridelmo Teixeira (Novo), o ex-prefeito Guerino Zanon (PSD) e o governador Renato Casagrande (PSB) que, embora não tenha admitido que irá disputar, é com o nome dele que seu partido conta para a eleição.
Valedoitaúnas (De Olho no Poder)