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Cantores egípcios são condenados à prisão por vídeo com dançarina do ventre brasileira

01 de maio de 2022

Com mais de 2 milhões de seguidores nas redes sociais, a brasileira Lurdiana Tejas aparece ao lado de  Hamo Beeka e Omar Kamal nas imagens gravadas em 2020

Cantores egípcios são condenados à prisão por vídeo com dançarina do ventre brasileiraLurdiana gravou o vídeo com a dupla de cantores do Egito Foto: Reprodução – Foto: Redes Sociais

Dois cantores egípcios foram condenados a um ano de prisão após gravarem um vídeo em que dançam com a brasileira Lurdiana Tejas, dançarina do ventre popular no país. O vídeo foi publicado nas redes sociais em 2020 e tem mais de 10 milhões de visualizações. A sentença da dupla foi dada no final de março e o caso foi denunciado pela ONG Humans Right Watch nesta quinta-feira.

Para um tribunal de Alexandria, Hamo Beeka e Omar Kamal violaram 'valores da família' enquanto lucraram com a publicação da gravação. A ONG Humans Right Watch criticou a condenação e afirmou que o Egito tem usado conceitos de 'valores de família' mal definidos para praticarem abusos e promoverem censura nas redes sociais.

Com mais de 2 milhões de seguidores nas redes sociais, Lurdiana se tornou uma dançarina do ventre popular no Egito ao participar de clipes musicais de artistas conhecidos no país. Em entrevistas, a brasileira conta ter mudado para o país com o objetivo de se dedicar profissionalmente a carreira de dançarina. Nas redes sociais, ela compartilha detalhes do seu dia a dia no Egito.

Perseguição a artistas

A dupla também foi multada ao equivalente a US$ 540 dólares. Caso paguem o dobro desse valor, terão a prisão suspensa. Após a publicação do vídeo, Kamal chegou a ser temporariamente banido do Sindicato dos Músicos do Egito, um órgão estatal, quatro vezes, por conta de suas canções com palavras como 'álcool' e 'haxixe'.

Para a Humans Right Watch, a condenação da dupla faz parte de uma perseguição a artistas de mahraganat, um gênero de música eletrônica que tem se tornado popular no país nos últimos anos. O Sindicato dos Músicos, por exemplo, teria banido 19 músicos do gênero de se apresentarem publicamente nos últimos anos.

“As autoridades egípcias não devem processar músicos apenas por sua expressão artística. As restrições mal definidas usadas para condenar esses homens devem ser revogadas”, disse Joe Stork, vice-diretor do Oriente Médio e Norte da África da Human Rights Watch.

Valedoitaúnas (O Globo)



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