Câmara, Senado e STF decretam luto pelos 10 mil mortos de coronavírus no Brasil
09 de maio de 2020Maia, Alcolumbre e Toffoli emitiram nota de pesar pelo avanço dos números da Covid-19. Com a medida, ficam proibidas celebrações, comemorações ou festividades nesse período
Vias de acesso ao Congresso Nacional no dia 26 de Março são vistas sem fluxo de carros após restrições devido ao coronavírus – Foto: G1/Carolina Cruz
Os presidente da Câmara, do Senado e do Supremo Tribunal Federal (STF) declararam, neste sábado (9), luto de três dias no Congresso e na instância máxima do Judiciário em razão da 10 mil mortes por Covid-19 no país.
O Brasil registrou até o momento mais de 10 mil mortos por complicações do novo coronavírus (Sars-Cov-2) desde que o primeiro caso no país foi relatado em março, segundo o levantamento das secretarias estaduais de Saúde da sexta-feira (9).
Com a medida, ficam proibidas celebrações, comemorações ou festividades durante esses dias, tanto no Legislativo quanto no Judiciário federais.
O ato que decreta o luto oficial no Legislativo foi publicado em edição extraordinária do Diário Oficial do Congresso Nacional neste sábado, com assinatura do deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ) e do senador Davi Alcolumbre (DEM-AP), presidentes de Câmara e Senado.
"Em nome do Poder Judiciário brasileiro e do Supremo Tribunal Federal, expresso nossos sentimentos de mais profunda tristeza e também nossa solidariedade aos familiares e aos amigos de cada um desses mais de dez mil brasileiros, cujos entes queridos foram, em grande parte, privados de uma justa despedida", afirma Toffoli na nota de pesar.
"Precisamos, mais do que nunca, unir esforços, em solidariedade e fraternidade, em prol da preservação da vida e da saúde. A saída para esta crise está na união, no diálogo e na ação coordenada, amparada na ciência, entre os Poderes, as instituições, públicas e privadas, e todas as esferas da Federação desse vasto país", diz.
Bolsonaro não comentou dado
No fim de abril, quando o Brasil atingiu a marca de 5 mil mortes pela Covid-19, Bolsonaro respondeu a uma pergunta sobre o dado dizendo: "E daí?"
“E daí? Lamento. Quer que eu faça o quê? Eu sou Messias, mas não faço milagre", disse, em referência ao próprio sobrenome.
“E daí? Lamento’, diz Bolsonaro sobre vítimas do coronavírus
Até a publicação desta reportagem, o presidente ainda não tinha comentado a marca de 10 mil mortes, contabilizada menos de duas semanas após aquela frase.
'Churrasco'
O presidente Jair Bolsonaro havia dito, na sexta-feira (8) que iria fazer um churrasco. Ele deu a seguinte declaração: "Convidei o garoto da Controladoria Geral da União (CGU), estou cometendo um crime, fazer um churrasco no sábado aqui em casa, convidei aí o Wagner (Rosário), o ministro da CGU, e vamos bater um papo aqui, quem sabe fazer uma peladinha, alguns ministros, alguns servidores mais humildes estão do meu lado".
Neste sábado, no entanto, ele afirmou que se tratava de um evento "fake" (falso).
Pressão para acabar com isolamento é ato quase criminoso
Na quinta-feira (7), o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse que entende a preocupação com a retomada das atividades econômicas, mas que a pressão com esse objetivo neste momento é um ato "quase criminoso".
Valedoitaúnas/Informações G1