Após serem resgatados de um canil em condições insalubres, cachorros atuarão como assistentes de acusação contra a ex-tutora

Foto: Divulgação/PC

Cachorros resgatados de maus-tratos foram aceitos pela Justiça do Paraná para participar de um processo judicial contra a ex-tutora deles. Os animais serão assistentes de acusação na ação movida pela organização não governamental (ONG) Instituto Fica Comigo.

Foram resgatados cerca de 200 cães vítimas de maus-tratos no início do ano pela ONG. Os animais viviam sem água e comida. Além disso, o local tinha péssimas condições de higiene, com camadas densas de fezes e urinas no chão.

O advogado que representa o instituto, Ygor Nasser Salmen, explica que se baseou em um artigo do Código Penal que prevê a participação, como assistente do Ministério Público, da vítima ou de seu representante legal. Para o jurista, os animais se tornaram vítimas ao serem abandonados.

“É claro que a gente não imagina o animal participando de audiência, mas o fato deles serem representados por um advogado, que possibilite que o animal receba uma indenização, isso é perfeito, porque até então, nada disso acontece”, declarou Carla Negochadle, presidente do Instituto Fica Comigo, ao Jornal Hoje.

Metade dos animais abandonados já conseguiram um novo lar. Dois cachorros, porém, morreram poucos dias depois de serem resgatados.

Não é a primeira vez que a Justiça do Paraná aceita animais como parte de um processo. Em 2021, a advogada de outra ONG, em Cascavel, conseguiu incluir dois cachorros como autores de um processo contra os seus antigos tutores, que viajaram e deixaram os animais sozinhos durante um mês.

(Fonte: Metrópoles)