Brasil registra mais casos de ansiedade em crianças do que em adultos
02 de junho de 2024Uso excessivo de celulares, autodiagnostico e até mesmo mudanças climáticas e sociais são motivos do aumento de casos entre crianças e adolescentes
Uso excessivo de smartphones e redes sociais é uma das causas do aumento de diagnósticos entre crianças e adolescentes – Foto: shutterstock/Reprodução
As crianças e os jovens brasileiros estão sofrendo mais com ansiedade do que adultos. É o que apontam os registros da Rede de Atenção Psicossocial (RAPS) do SUS entre 2013 e 2023.
A quantidade de pacientes diagnosticados com o transtorno cresce a cada ano. Segundo a Folha, 125,8 a cada 100 mil pacientes de dez a 14 anos são atendidos com casos de ansiedade. Entre os adolescentes, a taxa sobe para 157 a cada 100 mil. Já entre adultos acima dos 20 anos de idade, são 112,5 casos a cada 100 mil.
Não é possível determinar uma única razão para o aumento de casos de ansiedade entre crianças e jovens, entretanto, diversos estudos sobre o tema apontam que crises econômicas e climáticas e o uso excessivo de celulares e jogos são as principais causas.
Segundo o psiquiatra da infância e professor da Faculdade de Medicina da USP Guilherme Polanczyk, estudos apontam que mudanças culturais e sociais que aconteceram na última década, muitas ligadas às mídias sociais, e também a pandemia, contribuíram para o quadro.
O professor ainda acredita que o amplo acesso à informação e influenciadores debatendo o tema de forma simplificada, acaba incentivando o auto diagnóstico e causando distorções: “Influenciadores têm simplificado esses transtornos cada vez mais nas redes sociais. Ansiedade é uma emoção que faz parte do repertório humano, todos nós sentiremos em algum nível, assim como a tristeza, que não significa depressão”, declarou à Folha.
Nos Estados Unidos, pensando em reduzir os casos de ansiedade entre crianças e jovens, já existe uma lei no Estado da Flórida que proíbe o uso de redes sociais antes dos 14 anos. No Brasil, já existem leis que proíbem celulares nas escolas, como é o caso das escolas municipais do Rio de Janeiro, por exemplo.
(Fonte: iG)