Brasil não tem preferência em negociar com China ou EUA, diz Haddad
16 de abril de 2023Ministro afirmou que o país não pode se isolar, e que espera mais parcerias com os EUA após acordos com chineses
Haddad comentou sobre relações entre países – Foto: Reprodução/Diogo Zacarias
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta sexta-feira (14) que o Brasil não tem preferência entre negociar com a China ou com os Estados Unidos. A fala veio após o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmar que ninguém será capaz de impedir que o país negocie com a China.
Questionado sobre a possibilidade dos acordos entre Brasil e China causarem desconforto com os Estados Unidos, Haddad disse que o Brasil é grande demais para escolher entre parcerias comerciais.
"Não há nenhuma preferência do Brasil. Pelo contrário, nós queremos ampliar ao máximo as parceiras do Brasil, como o presidente Lula fez durante seus dois (primeiros) mandatos", disse o ministro, em coletiva de imprensa em Pequim, na China.
"A reação que a gente espera é de mais parcerias com os Estados Unidos. Nós temos que vencer a etapa anterior do país. O país não pode ficar isolado de ninguém, somos grandes demais para ficar escolhendo parceiros", completou Haddad.
O ministro ainda disse que "tudo o que a área econômica quer é voltar à mesa" de negociações com diversos países e blocos. "Não faz nenhum sentido você fazer opção em se aproximar de um, para se afastar com outro", pontuou.
Menos dependência do dólar
Depois de Lula pedir que os países dos Brics negociem nas moedas dos países integrantes do bloco para diminuir a dependência do dólar, Haddad afirmou que a proposta está em negociação há bastante tempo tanto nos Brics quanto no Mercosul.
"O presidente Lula restabeleceu essa agenda, pedindo pra Fazenda, pra área econômica dos dois países se debruçarem sobre esse tema e aprofundarem as possibilidades de intercâmbio em moeda local. Ou seja, poder usar o real, poder usar o yuan, poder usar as moedas dos países em desenvolvimento como unidade de conta para trocas internacionais", disse Haddad.
(Fonte: iG)