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Brasil não aguenta mais um impeachment, avalia Fux

07 de fevereiro de 2021

Presidente do STF considera que retirar Jair Bolsonaro seria 'desastroso' para o país

Brasil não aguenta mais um impeachment, avalia FuxFux descartou qualquer chance de adoção da impressão das escolhas dos eleitores – Foto: Fellipe Sampaio/SCO/STF/CP

O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux, afirmou ser contrário ao impeachment do presidente da República, Jair Bolsonaro. Em entrevista ao jornal O Estado de S.Paulo, ele afirmou que o Brasil não aguenta um terceiro processo como esse. De acordo com ministro, o impeachment é um processo político que não passa pelo Supremo. "Mas, em uma pós-pandemia, em que o país precisa se reerguer economicamente, atrair invesidores e consolidar a nossa democracia, eu acho que seria um desastre. O Brasil não aguenta três impeachments".

Em 2016, a ex-presidente Dilma Rousseff (PT) foi retirada da Presidência pelo Congresso. Em 1992, Fernando Collor (na época no PRN) foi o primeiro a sofrer impeachment. Fux também minimizou a declaração de Bolsonaro de que o país teria problemas ainda maiores que os que foram vistos nos Estados Unidos, com a invasão do Capitólio, caso não adotasse o voto impresso.

"Eu não acredito que ocorra 10% do que aconteceu nos Estados Unidos. Uma minoria inexpressiva não vai ter apoio. Absolutamente, não. Em conversas espontâneas, os generais têm uma posição muito firme de que a democracia brasileira não pode sofrer nenhum tipo de moléstia. Todos eles".

Fux descartou qualquer chance de adoção da impressão das escolhas dos eleitores. "Eu acho o voto impresso uma coisa muito antiquada, completamente desnecessária, porque as urnas são superseguras. E o voto impresso gera uma despesa bilionária para o Brasil. A palavra do Supremo está dada (contra o voto impresso). Uma despesa bilionária, depois da decisão do Supremo, é inaceitável. Não tem sentido".

Pazuello

Na opinião do ministro, o inquérito contra o titular da pasta da Saúde, Eduardo Pazuello, por sua atuação no Amazonas, pode chegar à conclusão de que não houve erro, afinal a falta de oxigênio ocorreu também em outros países.

"É preciso deixar bem claro que o Supremo absolve inocentes e condena culpados. Não se tem ainda elemento para se formar uma convicção. O que houve, no meu modo de ver, foi o fator-surpresa, porque alguns países também foram surpreendidos com falta de oxigênio".

Segundo Fux, mesmo a distribuição de medicamentos sem eficácia contra a covid-19 ao Amazonas tem explicação. "A grande verdade é que autoridades médicas do país, até médicos famosos, disseram que passaram pela doença e tomaram hidroxicloroquina", declarou ao jornal.

Valedoitaúnas/Informações R7



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