Bolsonaro reage à decisão de Moraes sobre inquérito: "acusação gravíssima"
05 de agosto de 2021Presidente foi colocado como investigado no inquérito que apura a divulgação de informações falsas nesta quarta (4)
Presidente Jair Bolsonaro – Foto: Isac Nóbrega/PR
Na noite desta quarta-feira (4), o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) se manifestou sobre a decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, em incluir o mandatário no Unquérito das Fake News. Bolsonaro acusou Moraes de mentir e disse que isso é "gravíssimo", mas a ação não o intimida.
"O ministro Alexandre de Moraes me colocando no inquérito das fake news... Não fala fake news, não, fala inquérito da mentira, me acusando de mentiroso. Isso é uma acusação gravíssima, ainda mais em um inquérito que nasce sem qualquer embasamento jurídico. Ele abre, ele apura e ele pune?", questionou Bolsonaro em entrevista ao programa Pingos nos Is, da rádio Jovem Pan .
"Um presidente da República pode ser investigado? Pode, em um inquérito que comece lá no Ministério Público, e não diretamente de alguém interessado. Esse alguém vai abrir o inquérito, como abriu, catar provas e julgar? Eu jogo dentro das quatro linhas da Constituição e jogo, se preciso for, com as armas do outro lado", ameaçou o mandatário.
O mandatário também disse que não vai ser o inquérito estando nas mãos de Moraes que vai o "intimidar" ou até mesmo o próprio TSE. "Eu posso errar, tenho direito a criticar, mas não estamos errados", completou.
Na tarde de quarta-feira (4), Moraes determinou a inclusão do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) como investigado no inquérito que apura a divulgação de informações falsas. A decisão do ministro atende ao pedido aprovado por unanimidade pelos ministros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Moraes afirmou que, "nesse contexto, não há dúvidas de que as condutas do Presidente da República insinuaram a prática de atos ilícitos por membros da Suprema Corte, utilizando-se do modus operandi de esquemas de divulgação em massa nas redes sociais, com o intuito de lesar ou expor a perigo de lesão a independência do Poder Judiciário, o Estado de Direito e a Democracia".
Valedoitaúnas (iG)