Bolsonaro promete zerar imposto federal no diesel: "Não quer confusão com governadores”
22 de janeiro de 2022Presidente diz que não quer "confusão" com governadores sobre Proposta de Emenda Constitucional (|PEC) que autoriza zerar tributos sobre combustíveis
Jair Bolsonaro – Foto: Felipe Moreno
O presidente Jair Bolsonaro afirmou neste sábado (22) que "não quer confusão" com os governadores em torno da proposta de redução de impostos federais e estaduais sobre os combustíveis.
"A Proposta de Emenda Constitucional (PEC) é autorizativa e não impositiva. Não quero confusão com governadores. Garanto a vocês que se a PEC passar, no segundo seguinte à promulgação, eu zero o imposto federal sobre diesel no Brasil que está em torno de R$ 0,33 por litro", disse.
O presidente está na cidade paulista de Eldorado, a 246 quilômetros de São Paulo, desde ontem, onde acompanhou o enterro de sua mãe Olinda Bolsonaro, que morreu aos 94 anos, depois de ser acometida de um quadro de desidratação e ter tido duas paradas cardíacas.
Ela estava internada na cidade de Registro, vizinha a Eldorado. Bolsonaro passou a noite na casa onde sua mãe morava e às 10h50 deste sábado decolou de volta a Brasília.
Inflação persistente
Bolsonaro decidiu apoiar a PEC dos Combustíveis diante de um temor levado a ele por membros do governo de um pico de inflação no segundo semestre, exatamente no auge do período eleitoral, segundo o relato de integrantes do governo.
A conta do governo é que o risco inflacionário é mais deletério para a popularidade do que o risco fiscal. Além dos preços do petróleo e da energia elétrica, auxiliares de Bolsonaro temem safra menor neste ano por causa de questões climáticas. As questões geopolíticas, que mexem no preço das commodities, também são analisadas com cuidado por técnicos do governo.
Na manhã deste sábado, Bolsonaro afirmou que o preço dos combustíveis está alto no mundo todo e vai buscar alternativas para reduzir o valor. Ele disse que o país é auto-suficiente em petróleo e que contratos feitos no passado, como a paridade de preço internacional, é "lei e temos que respeitar".
O presidente disse que conversou com senadores, inclusive o futuro líder do governo no Senado, Alexandre Silveira, que mostraram simpatia pelo projeto de emenda constitucional.
Bolsonaro observou que o mundo está conectado e que se houver problemas bélicos em outros países isso vai refletir no preço do barril do petróleo, que está em torno de US$ 90 e há projeções que pode chegar a US$ 100.
"O reajuste é automático. Não sou eu que reajusto, é a Petrobras. Não posso interferir na Petrobras. Estou buscando alternativas para não desequilibrar a nossa economia", disse.
Número da sorte
Antes de voltar a Brasília, Bolsonaro caminhou até uma lotérica próxima para jogar na megassena que está acumulada em R$ 22 milhões. Ele disse que 22 é seu número da sorte.
No caminho, conversou e abraçou moradores. Também recebeu reclamação do dono de um circo, Vagner Medeiros da Cruz, que disse que os municípios não estão autorizando a instalação do circo nas cidades por conta do aumento de casos de Covid e de gripe.
"Minha posição vocês sabem. Eu não fecharia a economia", disse o presidente ao artista.
Valedoitaúnas (iG)